A UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), nos Campos Gerais, já identificou dez estudantes do curso de Jornalismo envolvidos em denúncias de racismo e apologia ao nazismo. As mensagens foram enviadas em um grupo de WhatsApp de alunos do primeiro ano do curso e divulgadas na manhã da última sexta-feira (24). Os estudantes vão ser afastados de todas as atividades e poderão ser expulsos. Caso semelhante aconteceu em dezembro do ano passado e acarretou na expulsão de sete alunos do curso de Agronomia.


No grupo de mensagens no WhatsApp, os calouros do curso de Jornalismo encaminharam uma figurinha de Adolf Hitler, líder do Partido Nazista alemão; outra figurinha mostra os dizeres "Sorry I don’t speak macaco" que, traduzido para o português, significa "Desculpe, eu não falo macaco’" Uma outra mensagem faz um alerta para o caso dos estudantes de Agronomia: “[...] um povo que foi expulso da UEPG por figurinhas assim [...].


Em nota encaminhada pelo setor de Comunicação da UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) confirma que identificou dez estudantes envolvidos em denúncia de discurso racista e de apologia ao nazismo. De acordo com a nota, “os estudantes serão afastados das suas atividades” por meio de um ato administrativo. De acordo com o setor de Comunicação, os calouros permanecerão afastados “pelo tempo que durar o inquérito”.


De acordo com a nota, existe a “possibilidade de que outros acadêmicos sejam identificados e incluídos no inquérito disciplinar que apura o caso” nos próximos dias. Os estudantes podem ser excluídos do quadro de discentes da instituição.



AÇÕES
Casos de discursos racistas e apologia ao nazismo vêm sendo recorrentes na instituição; em dezembro do ano passado, sete estudantes do curso de Agronomia foram expulsos após enviarem mensagens racistas e homofóbicas em outro grupo no WhatsApp.

Sobre o assunto, segundo o setor de Comunicação da UEPG, desde 2019 a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) realiza ações contra todas as formas de assédio e discriminação por meio da campanha "A UEPG está de olho". Nesta terça-feira (28), a Prae está promovendo um evento sobre linguagem e racismo aberto para toda a comunidade - tanto interna quanto externa.



REPÚDIO
Uma publicação feita nas redes sociais do Departamento de Jornalismo da UEPG na tarde do dia 24 de março diz que o curso repudia “toda e qualquer expressão de racismo, fascismo e/ou discriminação praticada dentro ou fora da universidade”. A publicação também ressalta que a coordenação do curso e a chefia do Departamento de Jornalismo vão “acompanhar os trâmites institucionais”.


Por fim, o texto diz que o “Curso de Jornalismo sempre combateu práticas racistas e preconceitos de classe, gênero, sexualidade, entre outros, e continuará realizando atividades pedagógicas de caráter educativo para os estudantes e a comunidade universitária”.

De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação da UEPG, os estudantes permanecerão afastados “pelo tempo que durar o inquérito”
De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação da UEPG, os estudantes permanecerão afastados “pelo tempo que durar o inquérito” | Foto: Arnaldo Alves/ Arquivo AEN

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