A UEL (Universidade Estadual de Londrina) lançou um questionário on-line para os alunos para começar a estudar a retomada do ano letivo por meio de ensino à distância, já que as atividades acadêmicas foram suspensas devido ao risco de proliferação do novo coronavírus sem o isolamento social.

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. | Foto: Saulo Ohara/Arquivo Folha

O formulário está sendo enviado para os alunos de graduação por intermédio das coordenadorias dos cursos. Segundo a pró-reitora de Graduação, Marta Fávaro, os dados vão permitir à Prograd (Pró-reitoria de Graduação) avaliar a possibilidade de retomar o ano letivo ou manter a suspensão das atividades.

A adoção de atividades de EaD (Educação á Distância) foi permitida para as redes de ensino básica e superior por meio da MP (Medida Provisória) 934/2020. O governo do Paraná já adotou o modelo, que começou a vigorar nesta segunda-feira (6), com transmissões de aula pela internet e pela tevê e exercícios e interação a partir de um aplicativo com chat - as conversas entre alunos chamam a atenção por conterem palavrões, pornografia, paquera e até chamado para suicídio coletivo.

Segundo Marta, alguns currículos da UEL já permite a adoção do EaD, mas apenas para algumas disciplinas. "Mas. considerando esta indicação, apresentada pelo Conselho Estadual de Educação, nós (UEL) tomamos a decisão de reunir todos os coordenadores de colegiados de curso e a representação dos estudantes, por meio do DCE (Diretório Central Estudantil) para iniciar um estudo da viabilidade de utilização destes recursos", explica.

As perguntas do questionário on-line tentam levantar se os universitários teriam dificuldades de acesso a equipamentos - computadores, celulares ou tablets com acesso á internet - para poder acompanhar as aulas e também questiona se conhece ou suspeita que tenha colegas de turma que possam ter problemas.

Professores também receberam um formulário pela internet, com questionamentos mais dirigidos às especificidades. Enquanto isso, as coordenações dos colegiados também avaliam a viabilidade diante da estrutura curricular de cada curso.

A possibilidade de adoção do ensino on-line vai depender, também, do número de interações com o questionário. Marta recorda que a comunidade docente da UEL chega a quase 14 mil universitários e boa parte dos que vieram de outras cidades conseguiram retornar para suas cidades de origem.

A pró-reitora de Graduação ressalta que a adoção deste modelo tem de ser pensado "da maneira mais responsável possível". "Não podemos tomar nenhuma atitude sem considerar tanto os critérios de qualidade quanto a democracia de acesso a essas informações e a condição de formação por parte dos nossos estudantes", diz.

Caso os dados levantados indiquem ser viável o ensino a distância, a retomada das aulas não deve ocorrer tão cedo. Os dados serão levados para análise do Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão), que é o órgão com autonomia para decidir sobre o calendário de atividades.