O Sebec (Serviço de Bem Estar à Comunidade) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) solicitou que os estudantes que residem na Moradia Estudantil da UEL buscassem meios para retornar às suas cidades ou, então, que encontrassem outros locais em Londrina para abrigo temporário, em virtude do encerramento de todas as atividades no campus, inclusive os de apoio à moradia. A medida atende aos decretos municipal, estadual e federal relacionados à quarentena para evitar a disseminação do coronavírus.

O prazo para a desocupação da moradia era este domingo (22), pela incapacidade da Universidade em manter os residentes sem amparo dos servidores técnicos que estariam dispensados do trabalho.

O DCE (Diretório Central dos Estudantes) emitiu uma nota criticando a forma como os estudantes foram comunicados. “(...) a comunicação das decisões concernentes à Moradia Estudantil foi falha, gerando uma situação de medo e ansiedade para os residentes que acreditaram que seriam expulsos sem qualquer tipo de amparo", diz a nota. "Por isso, informamos a comunidade acadêmica acerca do ocorrido e pedimos à Universidade que, em situações complexas semelhantes, tenham o devido cuidado no tratamento da questão, buscando sempre manter o diálogo com os principais afetados pelas decisões administrativas.”

A assessoria de comunicação da UEL afirmou que os três decretos (municipal, estadual e federal) dizem que os estudantes não devem ficar em universidades, porque não podem ter aglomeração, movimentação ou qualquer tipo de atividade. “Pautado nisso, o entendimento da administração e do Sebec é que a moradia é um espaço da universidade e funciona enquanto o estudante está em aula. É um auxílio para o estudante que não tem condições de pagar o aluguel de um apartamento durante o período das aulas. Não tendo atividade estudantil dentro da universidade, não é permanente. Fora disso os estudantes precisam voltar para suas residências”, destacou a assessoria de comunicação da UEL.

Segundo a comunicação da instituição, alguns alunos não quiseram sair de pronto. “Foi feito um trabalho individual pelo Sebec para ver o motivo de cada um para não sair. Algumas coisas foram atendidas”, destaca.

A reportagem encontrou com a última estudante a deixar o local. A aluna de Relações Públicas, Vivian Vardai, é de Arapongas e conversou com a psicóloga do Sebec sobre o seu motivo para querer permanecer no local. “Eu estava com dificuldade porque não sabia se o meu estágio me liberaria. Me autorizaram desde que eu trabalhasse pelo sistema de home office. Eu também estava com dificuldade de conseguir carona de volta para a minha cidade. No meu caso eu tive apoio do Sebec.” Quando a reportagem chegou ao local ela já estava arrumando as suas coisas para deixar o local de carona.

“No início eu fiquei realmente me perguntando se era uma medida necessária", ponderou a estudante. "A gente está dentro de uma casa, em que não temos apoios de familiares se adoecermos aqui. A instituição fica completamente fechada. Tem ronda e tem guarda, mas não é uma casa. A gente compartilha cozinha e banheiro. Imagino que essas medidas tenham fundamento. É uma medida de segurança."