A UEL (Universidade Estadual de Londrina) é a primeira universidade do Paraná a votar a favor da greve dos professores. Por unanimidade, a decisão foi tomada em assembleia nesta quarta-feira (25) e a greve vai ser deflagrada a partir da próxima segunda-feira (30).

Segundo o Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região), os constantes adiamentos no envio da proposta do PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários) dos docentes e a falta de diálogo do governo do Paraná com os professores motivaram a decisão. As outras seis instituições estaduais de ensino superior também devem realizar assembleias nos próximos dias.

César Bessa, presidente do Sindiprol/Aduel, esclarece que a assembleia docente foi convocada para discutir a falta de retorno por parte do governo sobre a proposta do PCCS, que entrou em pauta em junho, durante a greve de cerca de 40 dias das universidades estaduais.

Segundo ele, o PCCS vem como uma forma de recompor a perda salarial de 42% dos docentes. “O governo vem protelando a apresentação dessa proposta de forma semanal. Tem sempre uma desculpa, um nome diferente para dar”, pontua.

O presidente disse que na terça-feira (24) uma comitiva foi ao Palácio do Iguaçu, em Curitiba, para acompanhar a reunião do governo com os reitores das sete universidades estaduais do Paraná. No encontro, seria definida a proposta do PCCS, mas que, segundo ele, foi “novamente protelada”, motivando a decisão de retomar a greve.

Bessa afirma que os constantes adiamentos do PCCS mostra que “há um descaso muito grande por parte do governo do Paraná com os docentes, já que os funcionários do Executivo tiveram seus planos de cargos alterados em agosto”. Ele ressalta ainda que a informação que o sindicato tem até o momento é que o governo quer que as universidades reduzam os custos de manutenção a troco da possibilidade da recomposição salarial.

“Eles estão chamando isso de mitigação, o que na verdade é uma redução de custos”, explica, afirmando que não sabe como seria aplicada a redução desses gastos na prática.

O presidente ressalta que já vem de outros governos a decisão de colocar os professores “de lado”. “Parece que é um problema com a educação, do sucateamento da educação pública. As universidades públicas são as únicas que fazem pesquisa, extensão, que tem um efeito incomensurável na questão social, e parece que estão querendo cada vez mais sucatear”, pontua.

Sobre a primeira fase do Vestibular 2024 da UEL, César Bessa disse que, a princípio, o andamento da aplicação deve seguir normalmente, mas que “não pode dar garantia nenhuma disso”.

Na segunda-feira, primeiro dia de greve, será realizada uma nova assembleia, durante a manhã, para definir como serão organizadas as comissões de trabalho em vários setores.

O movimento também ocorre nas outras seis universidades estaduais do Paraná, que também realizariam assembleias para definir sobre a paralisação.

SETI

Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Seti (Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná) se limitou a informar que a pasta “acompanha o trâmite da proposta de reformulação das carreiras de professores das universidades estaduais e entende que a greve é precipitada e pode prejudicar o diálogo".