Em mais de cinco horas de reunião, o Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) deliberou pela retomada do calendário acadêmico no dia 29 de junho de forma remota para os cursos de graduação, proposta apresentada pela Câmara de Graduação do Conselho. Suspensas desde a vigência do estado de calamidade pública, em março, as atividades presenciais na universidade estão proibidas até o dia 5 de julho, prazo que deve ser estendido por conta do avanço da pandemia, o que afeta mais diretamente parte dos alunos de graduação que não tem acesso à internet. Na ocasião, também ficou aprovado o novo calendário letivo, com 276 dias.

Imagem ilustrativa da imagem UEL aprova retomada de aulas em 29 de junho
| Foto: Gustavo Carneiro/Grupo FOLHA

Agora, o retorno das atividades deverá ocorrer em três fases, sendo que o plano de ensino tem duração de até três anos letivos, podendo ser suspenso a qualquer momento a partir da autorização das autoridades de saúde. “O horizonte de combate ao coronavírus é um horizonte de mais de um ano, até que tenhamos uma vacina popular e acessível, então este plano de contingência ficará em stand-by", explicou o reitor Sérgio Carvalho.

Nesta primeira etapa, as atividades serão predominantemente remotas. De acordo com a reitoria, o ano letivo tem o primeiro semestre marcado para começar em 29 de junho e terminar em 18 de dezembro. O segundo será de 18 de janeiro a 25 de junho. O objetivo é facilitar a adequação e o planejamento dos Colegiados, Departamentos e Centros, que ocorrerá independentemente. Também de acordo com Carvalho, caberá aos colegiados estabelecerem os planos de retorno e aprová-los entre os seus representantes.

A proposta foi aprovada por 31 votos favoráveis e 12 contrários e os debates foram acompanhados por até 250 pessoas em uma plataforma virtual. Logo no início, uma deliberação para a suspensão dos trabalhos foi colocada em pauta e rejeitada pela maioria. A crítica apresentada pelo Ceca (Centro de Educação, Comunicação e Artes) foi no sentido de que a votação estaria sendo realizada “no escuro”, ou seja, sem informações precisas sobre as condições da totalidade dos estudantes em acompanharem as atividades propostas de forma remota.

Entretanto, conforme foi informado por uma conselheira, 75% dos mais de 13 mil estudantes da universidade já responderam ao questionário socioeconômico que vem sendo aplicado pela Prograd (Pró-Reitoria de Graduação) para balizar as decisões. Dentre os 8.986 alunos que já responderam ao formulário virtual, 96% teriam manifestado ter condições de acompanhar as atividades acadêmicas através de computador, celular ou com equipamentos emprestados. Além disso, os coordenadores dos colegiados já receberam listas com os nomes dos estudantes que ainda não responderam para entrar em contato e entenderem suas demandas, de forma a continuarem avançando nesta discussão e na trajetória acadêmica.

Para parte dos alunos, o Ead (Ensino a Distância), amplamente difundido em universidades particulares, é uma realidade que vai ganhar “corpo” mais rapidamente com a pandemia também na universidade pública, o que vem sendo considerado um “projeto político”.

Já o próximo grande desafio na pauta do Cepe será definir os detalhes do próximo vestibular da UEL, cuja data dependia também de uma definição do calendário eleitoral.

UEM e UNESPAR

A UEM (Universidade Estadual de Maringá) também está mapeando eletronicamente as condições dos alunos e deverá fazer uma avaliação das respostas no dia 28 de junho, data próxima da estabelecida até o momento para a suspensão do calendário - 7 de julho.

Já a Unespar (Universidade Estadual do Paraná) vem discutindo estratégias e as possibilidades de retorno das atividades desde o dia 10 de junho e uma nova reunião da reitoria com a Comissão de Avaliação e Planejamento de combate à pandemia está agendada para o dia 2 de julho.

O reitor da Unespar, Antônio Carlos Aleixo, informou que cerca de 50% dos alunos não possuem planos com pacotes de dados suficientes para continuarem estudando. Dos mais de 10,4 mil alunos, 2.042 estão matriculados no campus de Apucarana.