O tenente-coronel Joas Marcos Carneiro Lins foi destituído do posto do comando do 16 º Batalhão de Guarapuava (Região Central) nesta quinta-feira (21). A troca ocorre 72 horas após um ataque de uma quadrilha fortemente armada que deixou diversas marcas pela cidade. A PM informou ainda que o novo nome à frente do 16º BPM se trata do major Flavio Vicente Ferraz. Em nota, o comando-geral da PM informou que "a transferência foi uma decisão do Comando da Corporação, em face dos últimos acontecimentos e circunstâncias ocorridos em Guarapuava nos últimos dias." O tenente-coronel Joas foi designado para a função de Chefe de Estado-Maior do 4° Comando Regional (CRPM), com sede em Ponta Grossa, nos Campos Gerais.

A confirmação da destituição do comando da PM em Guarapuava foi repassada no mesmo dia em que ocorreu uma manifestação realizada por mulheres e familiares de policiais militares em frente à sede da corporação no município. Policiais de Guarapuava informaram que não tinham plano de contingência para deter a ação de criminosos que tentaram roubar uma empresa de segurança. A denúncia foi feita pela Apra (Associação dos Praças da Polícia Militar do Paraná) em nota divulgada na terça-feira (19) e contraria a versão oficial do governo estadual. Segundo a entidade, o documento foi elaborado pelos próprios oficiais que atuaram no combate aos criminosos. O documento divulgado pela Apra cita que os policiais se reuniram em vários locais e, juntos, traçaram planos e objetivos de ação, sem auxílio algum de plano de contingência.

ESTRATÉGIA

O comando-geral da PM negou a versão dos praças de Guarapuava. O secretario de Segurança, Rômulo Marinho, disse no início da semana que havia um plano de contingência e que a estratégia consistiu em fechar as entradas do município, obrigando os criminosos a seguir para o perímetro rural. A ação, segundo ele, fez com que os assaltantes, sem conhecimento das vias, se perdessem e abandonassem o local. Eles abandonaram oito carros blindados utilizados na tentativa de assalto e armamento. “Tiramos eles do centro da cidade para proteger a população, já que a área em que a empresa está localizada é residencial”, disse o secretário.

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BUSCAS

Cerca de 260 policiais continuam nos arredores de Guarapuava, principalmente no distrito de Palmeirinha, em busca dos criminosos, além de Turvo e Pitanga, cidades da região. Mais um suspeito de participar do ataque a Guarapuava foi encaminhado à delegacia para prestar depoimento. Após ser ouvido na quarta-feira (20), o homem foi liberado porque, segundo a Polícia Civil, não foram encontradas evidências para a prisão em flagrante. Esse foi o segundo suspeito ouvido e liberado depois da tentativa de assalto a uma transportadora de valores na cidade da região centro-sul do Paraná.

As buscas não têm data para encerrar e contam com todo o apoio das principais forças especiais do Estado, da Polícia Civil, Militar e Científica, além do apoio federal com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, encaminhados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Dois policiais militares e um morador da cidade ficaram feridos durante a ação, e estão fora de perigo. Um deles segue em estado grave e internado. Os criminosos atacaram a transportadora de valores e o 16º Batalhão de Polícia Militar, distantes por cerca de três quilômetros, ao mesmo tempo, numa tentativa de ganhar tempo para o assalto, o que foi frustrado pela reação das forças de segurança, que trabalhou para retirá-los da cidade. Eles também atearam fogos em caminhões em rodovias.

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