Florestópolis - Muita emoção e fé marcaram o final das comemorações dos 30 anos da Pastoral da Criança em Florestópolis (Região Metropolitana de Londrina), na tarde de ontem. Cerca de mil pessoas de diversos municípios do Paraná participaram da festa, que começou com uma passeata até o salão paroquial, onde foi celebrada uma missa pelo arcebispo emérito de Salvador, dom Geraldo Majella Agnelo, que fundou a Pastoral da Criança juntamente com Zilda Arns.
Depois de vários anos, ele afirmou que era uma emoção muito grande estar novamente em Florestópolis e relembrou com carinho o começo das atividades. "Era uma época de muito primitivismo ainda, sabíamos que tínhamos um caminho muito grande pela frente. Viemos muitas vezes aqui com a doutora Zilda. E vemos com orgulho hoje tudo o que está sendo feito também nos outros países."
Em sua homilia ele ressaltou que nunca imaginou que o trabalho iniciado em Florestópolis se espalharia pelo mundo. "Para Deus não é importante o tempo, mas a dedicação aos que sofrem", destacou.
Dom Geraldo também lamentou o acidente que vitimou Zilda Arns, o terremoto no Haiti, em janeiro de 2010. "Ela doou sua vida à Pastoral da Criança. Trabalhou incansavelmente a favor da vida, principalmente dos mais indefesos. Viveu sua vocação de médica. Que ela continue sendo exemplo de força e dedicação."
Outro momento de muita emoção foi quando dom Geraldo relembrou a primeira criança atendida pela Pastoral, um menino que chegou desidratado e recebeu soro caseiro das mãos de Zilda Arns. "A Igreja precisa ajudar as mães a salvar suas crianças", disse.

Faixas
A cidade inteira de Florestópolis estava em festa. Diversos pontos comerciais exibiam faixas homenageando o trabalho que acompanha mais de 1,2 milhão de crianças em todo o Brasil e que já está presente em 16 países.
Geni dos Santos foi uma das primeiras voluntárias da Pastoral, continua trabalhando até hoje e se recordou de um caso especial. "Ajudei a cuidar de uma menina que era muito desnutrida. Ela tinha 3 anos e o peso de uma criança de um ano. Sem a Pastoral ela não teria sobrevivido e levou três anos para que ela atingisse o peso ideal. Meu maior orgulho é ver as crianças que cuidamos passar por nós e nos cumprimentarem."
Há dois anos o frei César Gilmar Selbach é o pároco de Florestópolis. Segundo ele, é uma alegria fazer parte de uma paróquia que continua fazendo um bom trabalho. "A Saúde supre muita coisa que antes era feita pela Pastoral, mas muitos foram salvos pela multimistura e esse trabalho é feito até hoje."