Rio Branco, 29 (AE) - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Acre começou ontem (28) o julgamento dos envolvidos na Operação Marmitex, processo em que o ex-deputado Hildebrando Pascoal é acusado de distribuir papelotes de droga em marmitas a viciados para conseguir votos nas eleições de 1998.
Nessa primeira fase, a juíza Regina Longuini tomará o depoimento de cerca de trinta testemunhas de acusação. Além de Pascoal, oito outras pessoas estão presas acusadas de participação na operação. Segundo sustentam os ministérios públicos Federal e Estadual, traficantes ligados a Hildebrando teriam distribuído droga em marmitas em troca de votos.
Além de Pascoal, foram presos Francisco Ferreira da Conceição, o Ferreirinha; José Ribamar Feitosa, o Jair da Cohab; Adão Libório de Albuquerque; Edinaldo Barroso de Albuquerque, o Naldo; Belino Barroso; Mário Jorge da Silva, o Sabará; Maurício Cândido da Silva, o Bahia, e o sargento da Polícia Militar Alex Fernandes de Barros, tido como braço direito de Pascoal.
Procuradores e promotores apuraram que o ex-deputado teria gasto cerca de R$ 20 mil para comprar pasta de coca na cidade boliviana de Guayaramerín, na fronteira com Guajará-Mirim (250 quilômetros de Porto Velho, Rondônia). Segundo testemunhas, a droga foi levada a Rio Branco pelo traficante Naldo. Todas as testemunhas foram ouvidas ontem mesmo na sala de audiências da Justiça Federal. A juíza ainda não decidiu quando tomará o depoimento das testemunhas de defesa.
O grupo teve a prisão preventiva decretada no início de novembro passado. Apesar de ter feito uma campanha tímida, Hildebrando foi o candidato a deputado federal mais votado, obtendo mais de 19 mil votos. Um ano depois, seu mandato foi cassado pela Câmara dos Deputados.