Rio, 12 (AE) - O traficante Marcelo Pinheiro de Souza, o Marcelinho PQD, de 25 anos, apontado como um dos maiores criminosos do Rio, foi morto, ontem à noite, em um confronto com a polícia. Conhecido como "assassino de PMs", Marcelinho PQD controlava o tráfico de drogas em diversas favelas da zona oeste da cidade e estava com a prisão decretada havia um mês, por um assalto a banco cometido em 1995. A polícia acredita que ele pagava cerca de R$ 5 mil aos membros de sua quadrilha que matavam policiais militares. Na Favela do Metral, em Bangu, o comércio fechou, de luto pela morte do traficante.
Suposto chefe do tráfico na Vila Kennedy, Marcelinho PQD chegava a uma casa que havia alugado por temporada para abrigar sua mulher e seu filho de oito meses, em Pedra de Guaratiba, na zona oeste, quando foi surpreendido por policiais da Força Tarefa - destacamento da Secretaria de Segurança Pública que reúne agentes das Polícias Civil e Militar. Ele estava com uma identidade falsa, em nome de Washington Lima, e ainda chegou a disparar contra os policiais, mas foi atingido duas vezes no tórax. Levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na zona oeste, PQD morreu pouco depois. Ele será enterrado amanhã, às 9h30, no cemitério de Paciência. O apelido, o traficante recebeu por ter servido no 25º Batalhão de Pára-quedistas do Exército, em Marechal Hermes.
Solidariedade - O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal
no centro da cidade, onde foi identificado por parentes. De acordo com informações da polícia, um grupo de moradores supostamente da Favela do Metral, em Bangu, que é um dos redutos de PQD, iria ao local para "prestar solidariedade" à família e protestar contra a ação dos policiais que o mataram, mas até o fim da tarde, não foram vistos no local. A polícia informou, no entanto, que o comércio na favela esteve fechado durante todo o dia, como sempre acontece quando morre um traficante "de peso".
PQD era acusado de ser o mandante da morte de oito policiais militares, assassinados durante operações em favelas da zona oeste dominadas por ele. Os alvos principais seriam os policiais do 14º Batalhão da PM, em Bangu, que reprimem o comércio de drogas nos morros controlados pelo bando do traficante. Um mandado de segurança expedido pela 31ª Vara Criminal do Rio já havia sido expedido, e a polícia estava à sua procura desde então. Homônimos - O apelido "PQD" era o mesmo de outro traficante, Marcelo Soares de Medeiros, de 27 anos, que é, atualmente, o traficante mais procurado do Estado. Ex-sargento do Batalhão de Pára-quedistas do Exército, Medeiros é apontado como chefe do tráfico em vários morros da zona norte, sendo seu foco principal o Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Ele tem três prisões preventivas decretadas por tráfico e formação de quadrilha, e é foragido do Deparmento de Sistema Penitenciário (Desipe). Informações sobre seu paradeiro valem R$ 20 mil.