O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foi expulso da Colômbia, não deportado, por um motivo surpreendente: falta de provas de seu envolvimento com o narcotráfico. A informação está em nota do procurador-geral da República, Alfonso Gomez Mendez, divulgada ontem pela manhã, sobre o que fundamentou a expulsão. Segundo Mendez, o único crime cometido por Beira-Mar foi de falsidade ideológica. Com ele, o Exército encontrou um passaporte falso.
Beira-Mar foi preso no último sábado em uma região de mata fechada, no Departamento de Vichada, a 600 quilômetros de Bogotá, perto da fronteira do Brasil. O traficante foi levado para o centro da capital colombiana, onde foi interrogado. Segundo o procurador, Beira-Mar seria mais útil no Brasil, onde está condenado a mais de 20 anos de prisão por tráfico de drogas e responde a outros processos pelo mesmo motivo.
Mendez ressaltou que as investigacões das supostas ligações do traficante com o narcotráfico e com as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc) continuarão, apesar de seu retorno para o Brasil.
Segundo o coronel Gérman Gustavo Jaramilho, diretor do Departamento de Administração e Segurança, órgão da Polícia Nacional colombiana, a decisão pela expulsão foi tomada porque contra ela não se pode interpor qualquer recurso jurídico e pelo fato de ser uma decisão de caráter imediato.
‘‘A extradição é um processo muito longo e pode durar meses, enquanto a deportação requer alguns trâmites burocráticos, que podem retardar a volta do deliquente ao seu país de origem’’, explicou um oficial da DAS. Com a expulsão, Beira-Mar está proibido de retornar à Colômbia por um período de cinco anos. (A.E.)