Os desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná negaram a decretação de uma nova prisão preventiva do ex-guarda municipal Fernando Neves, acusado de matar Matheus Evangelista, de 18 anos, em março de 2018. O jovem participava de uma festa no Jardim Porto Seguro, zona norte de Londrina, quando teria sido baleado durante uma abordagem dos agentes. Eles teriam sido chamados para atender uma ocorrência de perturbação de sossego.

Imagem ilustrativa da imagem TJ nega nova prisão de ex-GM acusado de matar Matheus Evangelista
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O pedido para que Neves voltasse para a cadeia foi feito pelos advogados Inaiane Gonçalves e Mário Barbosa, que representam a família de Matheus. No recurso, eles justificaram que "a soltura foi ilegal" porque o juiz Paulo César Roldão, que concedeu a liberdade provisória em outubro do ano passado, "não trouxe elementos concretos que demonstraram o excesso de prazo ou a desnecessidade da manutenção da prisão preventiva".

Esse e outros argumentos foram descartados por unanimidade pelos três desembargadores que julgaram a solicitação: Telmo Cherem, Miguel Kfouri Neto e Paulo Edison de Macedo Pacheco. Em nota, os defensores dos parentes da vítima afirmaram que "o Tribunal de Justiça do Paraná entendeu que os assistentes de acusação não possuem legitimidade para recorrer, ou seja, direito de se opor à liberdade do réu concedida pelo Douto Magistrado. Ao nosso ver, a liberdade é indevida pela gravidade do crime. O homicídio praticado implica reflexos: sociais, jurídicos e políticos. O Estado não possui licença para matar".

A defesa do ex-GM comentou a decisão do TJ. "O Tribunal reconheceu que o recurso era ilegítimo. Não é demais relembrar que o Neves acabou solto porque o júri foi remarcado seis vezes. Ele continuava preso mesmo sem uma data para ter o seu futuro definido", disseram à FOLHA os advogados Alfeu Brassaroto Júnior e André Salvador. A princípio, ele será julgado no dia 3 de agosto.

Fernando Neves vai passar por júri popular por homicídio qualificado, falsidade ideológica e fraude processual. Ele foi acusado com mais dois guardas municipais, que fizeram acordos com a Justiça e foram retirados do processo.