São Paulo, 29 (AE) - A chuva de hoje à tarde voltou a assustar os moradores da Favela do Jardim São Roque, em São Paulo. Raios e trovões traziam medo e preocupação aos moradores. "Meu Deus, tenha piedade", dizia a dona de casa Terezinha de Souza, de 46 anos, enquanto rezava seu terço. A Defesa Civil do Estado confirmou a morte de 12 pessoas no deslizamento de terra que soterrou sete barracos da favela, na zona sul, ontem (28).
O menino Marcos Kennedy, de 1 ano e 6 meses, e sua irmã, recém-nascida, estão no Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas e, segundo o hospital, o estado delas ainda inspira cuidados. Os dois foram retirados dos escombros pelo Corpo de Bombeiros.
Um grupo de assistente sociais da Administração Regional de Campo Limpo foi ao local à tarde fazer o cadastramento das famílias e removê-las para abrigos. A Secretaria de Assistência e Bem-Estar Social tenta, em primeiro lugar, encaminhar os desabrigados para casas de amigos e parentes. A transferência para os abrigos só ocorre quando não há alternativa. Até o momento, 90 pessoas foram cadastradas.
A causa do soterramento foi o deslizamento do Morro da Lua, de uma altura de 80 metros, arrastarando sete barracos. O terreno pertence à Eletropaulo e a Prefeitura alega ter pedido sua desocupação há alguns meses.
Uma adolescente que também não havia sido identificada até a tarde de hoje foi levada para o Hospital do Campo Limpo com escoriações pelo corpo e uma torsão no pé. O Corpo de Bombeiros informou que a adolescente já havia sido liberada. Até as 17 horas as famílias não sabiam onde seria feito o velório das vítimas.