Tempestade castiga Londrina, consertos vão demandar uma semana

Rajadas de ventos de 74km/h atingiram Londrina no sábado, acompanhadas por 87,8mm de chuva em mais de 251 ocorrências pela central telefônica de emergência 199. Até às 12h39 de domingo (24) foram registrados 170 atendimentos de quedas de árvores, 74 destelhamentos, quatro deslizamentos, entre outras demandas.

Três pontos foram disponibilizados pelo município para a distribuição de lonas. O primeiro é a base da Guarda Municipal na zona norte, localizada na avenida Saul Elkind esquina com a rua Joaquina de Oliveira Perfeito; o segundo fica na rotatória da avenida Jamil Scaff esquina com a avenida Máximo Peres Garcia (zona leste); e o terceiro ponto é a base da Defesa Civil Municipal, localizado na rua da Canoagem, às margens do lago Igapó (zona sul), em frente ao palco flutuante. Quem precisar do material é só se apresentar aos guardas municipais com um documento com foto em mãos. Os três locais foram escolhidos com base nas estatísticas das ocorrências.

Por hora não há registro de desabrigados e desalojados na cidade. O prefeito Marcelo Belinati publicou em suas redes sociais que o vendaval atingiu a tenda que foi montada em frente ao Centro de Convivência de Idosos, onde está localizada uma das centrais de vacinação de Londrina e derrubou um poste de energia elétrica localizado nas proximidades do local. “As chuvas foram com ventos de quase 80 km por hora e causaram transtornos como destelhamento e muitas regiões ficaram sem luz e permanecem sem luz. Foi muito feio. Ali, toda aquela estrutura da tenda caiu, para vocês terem uma ideia da força do vento”, apontou o prefeito. Ele divulgou os telefones da Defesa Civil (199) e da Guarda Municipal (153) para prestar apoio às vítimas.

Belinati ressaltou que a vacinação no CCI da região norte já foi reestabelecida. A vacinação tinha sido interrompida, porque a energia havia caído. Não houve perdas de vacinas relacionadas à queda de energia, em especial algumas vacinas contra a covid-19 da Pfizer, que precisam de temperaturas mais baixas que as demais.

A Copel trabalha para restabelecer a eletricidade em vários pontos da cidade. Na Vila Recreio (área central), por exemplo, até a manhã de domingo a energia ainda não havia sido restabelecida. Em Londrina e Ibiporã, há 600 ocorrências para atendimento. São 6,6 mil domicílios sem luz em Londrina, e 4,2 mil em Ibiporã. Assim que a eletricidade for restabelecida o abastecimento de água é retomado. A previsão é fim da noite. A região oeste de Londrina e o distrito de Warta ficaram sem água.

Na saída da Warta para Bela Vista do Paraíso, cerca de 30 postes quebraram, à beira da rodovia. Equipes de reconstrução estão no local o dia todo trabalhando na substituição das estruturas e o trânsito de caminhão no local dependeu do apoio de tratores.

QUEDA DE LINHAS DE TRANSMISSÃO

O vendaval de sábado (23) derrubou três torres de linhas de transmissão próximas da Estrada da Perobinha, prolongamento da Avenida Saul Elkind, na região Norte. Geneci Araújo, 53, técnico de manutenção de linhas de transmissão da Eletrobras Eletrosul, relatou que a empresa possui duas linhas paralelas. “Temos duas linhas de Londrina que vão para Assis (SP), então o fluxo de energia não foi interrompido, porque a gente consegue suprir a energia através das outras. Não dá para estimar o prejuízo, mas caíram três torres de 30 metros de altura, com 3 mil kg cada uma de ferragem.”

Ele relatou que os trabalhos tiveram início na tarde de domingo. “Já estamos com todo o efetivo trabalhando para restaurar estas torres. Acredito que até sexta-feira (29) já esteja tudo restabelecido, com as torres erguidas e com tudo funcionando. A previsão não conta com imprevistos de chuvas, mas nas condições normais até sexta-feira deve estar tudo normalizado, com as torres erguidas e energizadas”, destacou.

O Coronel Pedro Ramos, Secretário Municipal de Defesa Social, afirmou que vai atender a imprensa na segunda-feira, às 10 horas da manhã, para repassar os números do rescaldo desse vendaval.

O MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos) está apoiando as famílias atingidas. Quem puder ajudar com telhas e madeiras para reconstruir barracos que foram destruídos com o temporal pode entrar em contato com Wal pelo telefone (43) 99160-7896 e ela pode indicar as famílias que podem receber o material.