Telefónica prepara reestruturação do grupo na Espanha e América Latina
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segunda-feira, 03 de janeiro de 2000
por Vladimir Goitia
São Paulo, 3 (AE) - A Telefónica, a maior companhia privada espanhola, prepara profunda reestruturação na área administrativa e reformulação na cúpula do grupo que deverá afetar as suas subsidiárias na Espanha e na América Latina. A reformulação, que será debatida e discutida nas próximas semanas durante a reunião do Conselho de Administração da Telefónica, prevê a integração de todos os ativos do grupo em três grandes áreas de negócios: telefonia fixa, telefonia celular e new mídia.
O projeto do presidente do grupo, Juan Villalonga, tentará corrigir a atual estrutura, que engloba sete setores de atividades ou negócios, informa o jornal "El País". A recente transformação da Telefónica em um grupo com cinco subsidiárias diferentes e duas áreas de negócios com autonomia de gestão (Telefónica de Espanha, Telefónica Móvel, Telefónica Internacional, Telefónica Comunicações Interativas, Telefónica Mídia, Telefónica Data e Telefónica Intercontinental) tem dificultado a gestão de Villalonga à frente da companhia nos últimos anos, informa o "El País".
A atual estrutura, desenhada pelo recentemente demitido vice-presidente do grupo, Javier Revuelta, provocou fortes atritos e grandes divergências entre a atual direção e os sindicatos dos trabalhadores, que acabaram levando seus protestos às assembléias gerais de acionistas do grupo. Fontes da companhia consultadas pelo "El País" reconheceram que o atual orgnograma tem também provocado confusões e atritos entre os responsáveis das distintas áreas do grupo, obrigados, por exemplo, a concorrer entre si.
De acordo com essas fontes, o atual projeto de Villalonga prevê a criação de apenas três grandes áreas de negócios (telefonia fixa, telefonia celular e new mídia), que integrarão os ativos relacionados com as suas atividades correspondentes, tanto na Espanha como na América Latina. A reestruturação, que já teria sido discutida com analistas de investimentos, deve provocar a reacomodação de diretores na cúpula da Telefónica. As mesma fontes informaram que Villalonga, amigo pessoal do primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, pretende cercar-se de profissionaias de prestígio do setor de telecomunicações para rebater o efeito negativo que recaiu sobre a imagem da companhia nos últimos meses na Espanha e na América Latina.