Imagem ilustrativa da imagem Técnicos da UEL entram em greve e atendimentos são reduzidos no HU e HV
| Foto: Ricardo Chicarelli - Grupo Folha

Os servidores técnico-administrativos da UEL (Universidade Estadual de Londrina) paralisam as atividades a partir desta segunda-feira (8), conforme deliberação da categoria por greve por tempo indeterminado, decidida em assembleia realizada na terça-feira passada (2). Com isso, ficam mantidos apenas os serviços essenciais e os atendimentos nas unidades de saúde passam a ser apenas os de urgência e emergência.

Segundo o presidente da Assuel (Sindicato dos Servidores Públicos Técnico-Administrativos da Universidade Estadual de Londrina), Arnaldo Mello, só funcionam os atendimentos do pronto-socorro do HU (Hospital Universitário), do HV (Hospital Veterinário) e do COU (Centro Odontológico Universitário) – neste último caso, são mantidos apenas os casos envolvendo abscessos, hemorragias e traumas. A assessoria do HU, entretanto, afirmou que o atendimento está normal na unidade.

Os casos de urgência e emergência enquadram-se nos serviços essenciais, que não podem ser paralisados para não provocar prejuízos à população. Pela lei, nestes casos, é necessário que 30% dos servidores permaneçam em atendimento.

Também são considerados serviços essenciais os laboratórios em que são desenvolvidas pesquisas que não podem ser descontinuadas, assim como a alimentação dos animais da Fazendinha, por exemplo. “Mas os atendimentos em serviços burocráticos estão suspensos 100%”, diz o presidente da Assuel.

Uma outra ressalva é a emissão de certificados ou documentos necessários para assumir um cargo no funcionalismo público ou para uma viagem de estudos, por exemplo. Os casos são analisados por uma comissão do comando de greve que delibera sobre a urgência do serviço. “Para tudo isso, há uma certa avaliação. Se a pessoa passou no concurso ou vai fazer um intercâmbio, não podemos fazer com que perca este direito,. Então, o certificado tem de estar na mão dela. Para isso, colocamos para avaliação do comando de greve, que autoriza ou não”, explica.

CALENDÁRIO SUSPENSO

Os professores da UEL estão em greve desde o dia 2, mas o calendário acadêmico só foi suspenso na sexta-feira (5). Isso significa que qualquer atividade podia ser executada, mesmo após a deflagração da paralisação, mas que não há mais possibilidade.

A suspensão do calendário foi determinada após pedido dos servidores em greve ao Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão). O órgão, soberano para deliberar sobre o assunto, decidiu que apenas os últimos semestres de quatro cursos que terminariam em julho não seriam suspensos – concluem a graduação no meio do ano alunos de Administração, Economia, Física e Pedagogia.

A resolução do Cepe é assinada pelo reitor Sérgio de Carvalho e também determina que, ao fim da suspensão, o calendário deve ser adequado de modo a garantir o cumprimento total da carga horária e dos conteúdos das disciplinas de cada curso.

Procurada, a Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior informou que as universidades têm autonomia para definir seus calendários acadêmicos.

ATO UNIFICADO EM CURITIBA

Categorias em greve preparam um ato unificado nesta terça-feira (9), em Curitiba. A manifestação deve ocorrer o dia todo, voltada para o governo do Paraná na parte da manhã e para a Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) no período vespertino.

O ato deve atrair servidores de todo o Paraná e pelo menos seis ônibus estão programados para levar manifestantes de Londrina para a capital. O pleito é o pagamento da reposição das perdas inflacionárias dos últimos 12 meses anteriores à data-base da categoria, que chega a 4,94% - parte do arrocho sofrido em 42 meses sem reajustes permitidos pelos ex-governadores Beto Richa (PSDB) e Cida Borghetti (PP) e por Ratinho Júnior (PSD), que assumiu em janeiro de 2019.

O atual governador ofereceu apenas 5% de reajuste, mas de forma parcelada até 2022 e garantida apenas se houver crescimento da arrecadação no ano anterior. Além disso, impôs como condição o fim da licença-prêmio. Os servidores rejeitaram a proposta por considerá-la uma “afronta”.