Sílvia Herrera
Agência Estado
Uma das novas técnicas incorporadas ao arsenal diagnóstico e terapêutico da Clínica Roger Abdelmassih é a análise genética de embriões pela tecnologia chamada PCR. É a primeira clínica brasileira de reprodução humana a contar com esse recurso altamente sofisticado de prospecção genética. Através da biópsia de uma única célula, cuidadosamente extraída de cada embrião fecundado em laboratório, agora se pode diagnosticar eventuais doenças cromossômicas e genéticas em embriões que ainda não foram colocados nas mães.
Micromanipulação de gametas, injeções de espermatozóides, e até troca de núcleos de óvulos fracos ou envelhecidos. Muitas das atuais técnicas de Reprodução Assistida que combatem a infertilidade conjugal pareciam, até há pouco tempo, pura fantasia extraída de filmes de ficção científica. Mas hoje vão entrando na rotina da medicina reprodutiva brasileira graças ao esforço de pesquisadores, cientistas e médicos como o dr. Roger Abdelmassih, que, em sua clínica de São Paulo, a maior do País em reprodução humana, realiza cerca de 900 ciclos de fertilização in vitro por ano. Ele é responsável pelo nascimento de mais de dois mil bebês de pais inférteis entre eles, os filhos gêmeos de Pelé e a recém-nascida filha do humorista Tom Cavalcante, Maria Antonia.
O dr. Abdelmassih faz um pequeno histórico dessa nova técnica: ‘‘Entre os avanços recentes da Reprodução Assistida, o mais decisivo foi, sem dúvida, a possibilidade de manipular os embriões num microscópio eletrônico excepcionalmente sensível, o micromanipulador de gametas. Usando agulhas mais finas que um fio de cabelo, há cinco anos passamos a injetar espermatozóides diretamente dentro do óvulo, na técnica denominada ICSI que aumentou a taxa de gravidez na fertilização in vitro para até 50% por tentativa. A partir dessa tecnologia, tornou-se possível realizar a biópsia de embriões, para aumentar a segurança da fertilização in vitro.’’
Com esta micromanipulação que os especialistas em Reprodução Assistida estão conseguindo fazer a biópsia de embriões para garantir a saúde, do ponto de vista cromossômico e genético, dos bebês de proveta. A ciência da Reprodução Assistida é privilegiada sob esse aspecto, pois só na fertilização in vitro é possível manipular e analisar um embrião humano antes que ele seja implantado no útero materno. Segundo o dr. Abdelmassih, esta técnica consiste em extrair uma das células dos embriões fecundados em laboratório na fase em que eles estão divididos em 8 ou 10 células. Com esse minúsculo fragmento, e usando duas técnicas diferentes a FISH e a recente PCR a equipe de Abdelmassih pode fazer uma triagem em todos os embriões, antes que sejam implantados na mãe, sempre que houver suspeita ou precedentes na família de malformações cromossômicas ou síndromes genéticas.