'Tarifa deve ser menor do que empresas pedem'
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quarta-feira, 03 de janeiro de 2018
Aline Machado Parodi<br>Reportagem Local
O reajuste da tarifa do transporte coletivo de Londrina deve ser menor do que pedido pelas empresas, afirmou o prefeito Marcelo Belinati nesta terça-feira (2). "O pedido é para uma tarifa de R$ 4,40; não vai chegar nem perto disso", disse. O valor do passe, que hoje custa R$ 3,75, deve ser anunciado ainda esta semana.
Segundo o prefeito, a definição do valor ainda depende de discussões entre as empresas e os funcionários sobre a recomposição dos salários. A folha de pagamento de motoristas e cobradores representa em torno de 52% da tarifa, de acordo com Belinati.
Este ano, além da inflação, preço do diesel e recomposição salarial, outro componente também vai influenciar no novo preço: o passe livre. A prefeitura não fará o repasse de R$ 25 milhões em subsídio às empresas de transporte coletivo, conforme projeto já aprovado na Câmara em 19 de dezembro.
Conforme o texto legal, terão direito ao benefício apenas os estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental e alunos de cursos profissionalizantes, além daqueles que comprovarem que não têm condições de pagar pelo transporte. Quem perde o direito ao passe livre volta a pagar 50% do valor da passagem. A outra metade será incorporada na tarifa de ônibus, como acontecia anteriormente. A mudança está sendo levada em consideração nos cálculos pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização).
As empresas divulgaram no dia 29 de dezembro, por meio do Metrolon (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Londrina), uma nota defendendo reajuste da tarifa para R$ 4,40, um aumento de quase 18%. Na nota, o Metrolon disse esperar que, em cumprimento ao contrato que determina que a tarifa deve manter o equilíbrio econômico-financeiro do sistema de transportes, o município tome as devidas providências mantendo os reajustes anuais da tarifa como faz todos os anos.
De acordo com o sindicato, o aumento nos custos aliado à queda de passageiros de 9% em 2017 (cerca de 320 mil passageiros por mês) já justificariam uma correção da tarifa para um valor próximo a R$ 4,11. Para o cálculo da tarifa de 2018, o Metrolon expõe despesas como a redução de subsídio aos estudantes, aumento do preço do diesel e outros insumos, além de reajuste nos salários dos trabalhadores do transporte, e defende o valor de R$ 4,40.
Segundo o prefeito, cabe às empresas buscarem maneiras para recuperarem os passageiros, levando em consideração que aumentou a concorrência de meio de transportes como táxi e Uber.