Rio, 10 (AE) - O Ministério Público do Rio de Janeiro começa a ouvir amanhã (11) os 15 suspeitos de participarem de uma rede que divulgava imagens, fotos e filmes de pornografia infantil na Internet. Os depoimentos, em caráter sigiloso, vão se estender até o dia 28. Posteriormente, o promotor Romero Lira
que coordena a investigação, poderá oferecer denúncia contra os envolvidos. "Já temos farto material compravando o crime, mas queremos checar, com cautela, a autoria", disse Lira. "Por isso, ouviremos essas pessoas para saber se de fato eram elas que divulgavam as imagens contidas em seus computadores ou se eram terceiros que apenas usavam as máquinas apreendidas".
A investigação do MP, batizada de Catedral, durou um ano e cinco meses e envolveu 30 promotores de Justiça e cem policiais militares. Foram estourados 27 endereços. Em 23, os promotores apreenderam farto material de informática -computadores, CD-ROMs, disquetes e zipdiscs - contendo imagens de pedofilia. Desse total, o MP conseguiu localizar 15 pessoas que seriam os dono dos equipamentos apreendidos. A maioria dos envolvidos mora na zona sul do Rio e tem nível superior - entre eles, há médicos, estudantes de medicina, geólogos, empresários e até um pastor evangélico.
Além da pedofilia, eles trocavam imagens contendo zoofilia (sexo com animais) e necrofilia (sexo com cadáveres). "É um massacre", resumiu Lira, na época. "São cenas de homens e mulheres praticando sexo anal e oral com crianças a partir de 2 anos, mas o que mais choca são as imagens de pedofilia gay". A maior parte do material é estrangeiro - norte-americano, europeu e tailandês - e, por isso, será muito difícil, segundo o MP, chegar aos autores dos sites onde as imagens eram obtidas.