Agência Estado
Reconstruir o sul de Minas é tarefa que exigirá mais do que verbas. Será preciso tempo para pôr tudo em ordem depois da enchente que atingiu a região, a maior dos últimos 30 anos. Em menos de quatro meses não será possível ver recuperadas as cidades mais prejudicadas pela chuva, como Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e São Lourenço. É o que avalia Otávio Scofano Filho, da coordenação da Defesa Civil em Itajubá.
Em cinco dias de chuvas, que começaram logo no primeiro dia do ano, choveu mais do que era esperado para todo o mês de janeiro. Em São Lourenço, choveu em menos de uma semana 350 milímetros. O previsto para o mês era 278 milímetros. Nove pessoas morreram em seis cidades da região. Moradores, comerciantes e os gestores da administração pública do sul de Minas mal sabem com que recursos iniciarão a reconstrução.
O governador do Rio, Anthony Garotinho (PDT), vai liberar R$ 10 milhões para os municípios fluminenses mais atingidos pelas chuvas. Segundo ele, o dinheiro será colocado à disposição das prefeituras independentemente dos R$ 5 milhões que o governo federal prometeu à região Sudeste. ‘‘Os recursos são para obras permanentes, como a reconstrução de estradas e casas’’, explicou o governador.
No Vale do Paraíba, a estiagem e o aparecimento do sol trouxe esperança para 8 mil pessoas desabrigadas pela ação das enchentes. Em Queluz, o rio começou a baixar e ontem o índice era de 3,38 metros acima do normal. Nas ruas, o escoamento das águas permitiu que 150 voluntários e as famílias atingidas limpassem a lama que invadiu as casas. A Defesa Civil de Queluz estima que 293 casas tenham que ser reconstruídas por estarem totalmente danificadas, sem aproveitamento.