SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de 15% dos idosos da cidade de São Paulo moram sozinhos, aponta estudo da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania do município, publicado neste ano.

O levantamento, feito a partir de dados do Censo Demográfico de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que a média na cidade é de três moradores em residências com pessoas acima de 60 anos.

A população idosa no ano do Censo era de 1,34 milhão. A pesquisa da prefeitura projeta que, neste ano, o número seria de 1,85 milhão e que todos os distritos da cidade apresentariam aumento de moradores com essa faixa etária.

Com a expansão das infecções pelo novo coronavírus no país e com quarentenas decretadas pelos governos estaduais, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o isolamento vertical, mantendo em casa apenas os idosos e pessoas com doenças, considerados grupos de risco para a Covid-19.

Algo próximo ao que ele defende foi tentado pelo Reino Unido, que, inicialmente, resistiu à ideia de medidas mais restritivas e recomendou que maiores de 70 anos não saíssem de casa por quatro meses.

A posição do governo britânico mudou após um estudo apontar que, sem restrições mais amplas, o número de mortos no país poderia chegar a 250 mil.

O governo federal chegou a admitir que não possui estudo técnico para embasar a defesa que vem fazendo da medida no combate ao contágio do novo coronavírus.

Com base nos dados da pesquisa, cerca de 278 mil idosos poderiam ter condições de isolamento em suas próprias residências.

A Vila Mariana é o distrito com o maior número de residências unipessoais com moradores dessa faixa etária --um total de 5.383, cerca de um quinto da população idosa do bairro.

Ela é seguida pelos distritos Jardim Paulista (4.609), Santa Cecília (4.088), Perdizes (4.009) e Itaim Bibi (3.965).

A pesquisa também aponta que 14,7% dessa população vive em domicílios não adequados na cidade.

Segundo o IBGE, nesses domicílios não são encontradas as seguintes condições: até dois moradores por dormitório, abastecimento de água por rede geral de distribuição, esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou pluvial ou por fossa séptica e lixo coletado diretamente por serviço de limpeza ou caçamba de serviço de limpeza.

Grajaú é o que concentra o maior número de idosos vivendo nessas condições, com 7.524.

Em sequência, estão os distritos da Brasilândia (6.062), Sapopemba (5.923), Cidade Ademar (5.354) e Jardim São Luís (5.079), todos localizados em regiões periféricas do município.

Sapopemba, na zona leste da capital, também é o segundo bairro com maior população idosa, com quase 29 mil. Ele fica atrás de Jabaquara, distrito com quase 30 mil pessoas com 60 anos ou mais.