Lisboa, 22 (AE) - Um "golpe de teatro" está marcando o processo de liberalização da rede fixa de telefone em Portugal, que terá início em 1º de janeiro do próximo ano. A disputa pelo nome de uma das novas operadoras envolve duas empresas portuguesas que atuam no Brasil: a Portugal Telecom, acionista majoritária da Telesp Celular, e o grupo Sonae, que é proprietário da terceira maior cadeia brasileira de supermercados.
A Sonae se arriscou a perder cerca de 10 milhões de dólares, gastos numa campanha publicitária para anunciar a sua empresa de telecomunicações, a Novis. Só que o nome Novis já estava registrado, como propriedade da concorrente Portugal Telecom, com apenas seis dias de antecipação. A responsabilidade do problema é em grande parte da lentidão da burocracia portuguesa. Quando a Sonae consultou a lista de registros no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, não havia donos da marca Novis. A Portugal Telecom tinha entrado com o pedido em 23 de julho enquanto o pedido da Sonae é do dia 29 do mesmo mês. No entanto, o registro da propriedade do nome para a Portugal Telecom só deve sair na próxima semana.
Hoje, o presidente da Portugal Telecom, Francisco Murteira Nabo, encerrou o conflito. Em declarações à rádio portuguesa TSF, disse: "Eu ofereço a marca Novis. Não peço nada em troca". Segundo Manuel Araújo, diretor de Comunicação da Sonae, a explicação da Portugal Telecom é que o nome deveria ser usado para uma empresa que fornece serviços para empresas, que acabou por receber o nome de PT Prime.