A DHL (Delegacia de Homicídios de Londrina) precisou de pouco mais de 24 horas para encontrar o suspeito de matar um casal que foi encontrado carbonizado dentro de um veículo na noite do último domingo (14), na PR-445, próximo ao distrito de Irerê. Segundo a Polícia Civil, trata-se do sobrinho da mulher, que seria proprietária do veículo incendiado. A polícia acredita que se trata de Roseli Aparecida Florindo, professora da rede municipal de ensino, que estava desaparecida. No entanto, a identidade dela ainda não foi oficialmente divulgada pelo IML (Instituto Médico-Legal), que aguarda o resultado de um exame de DNA. O corpo do homem foi identificado por familiares no IML como Luís Carlos Tenório Araújo. Ele foi sepultado em Jataizinho (Região Metropolitana de Londrina).

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. | Foto: Pedro Ribas/ANPr

O delegado João Reis, que cuida do caso, informou que os investigadores já sabiam do autor dos homicídios no final da tarde de segunda-feira (15). O jovem de 24 anos se apresentou na delegacia acompanhado de seu advogado na tarde de quarta-feira (17) e foi liberado. "A tia dele e o namorado saíram, ainda no domingo, de um estabelecimento comercial na zona norte de Londrina e foram para Cambé, onde mora a irmã da vítima e mãe do suspeito. Houve uma discussão na frente da residência, ele pegou um revólver que era de seu pai, falecido em março, e atirou na parente. O companheiro dela tentou reagir e também foi morto", explicou.

De acordo com o delegado, estavam na residência o rapaz de 24 anos e sua mãe, quando a tia e o namorado chegaram. Reis afirmou à reportagem que quando a discussão começou entre o sobrinho e a tia, a mãe do rapaz tentou impedir a briga, mas não foi possível evitar que ele atirasse contra os dois. O delegado adiantou que as demais questões que envolvem a morte do casal serão resolvidas posteriormente.

Ouvidos pelos policiais civis da DHL, vizinhos do local disseram que escutaram o barulho de tiros. Em seguida, conforme Reis, o suspeito colocou os dois corpos no automóvel da tia e seguiu sem rumo certo. "Ele falou que parou próximo de onde o carro foi queimado, nas imediações de Irerê, e começou a fumar diversos cigarros. Alguns deles foram jogados na pista, o que pode ter provocado o incêndio. Questionado, ele descartou que tinha intenção de incendiar o veículo", descreveu.

Segundo a versão repassada ao delegado, o relacionamento conturbado entre tia e sobrinho teria chegado ao ápice em março deste ano, quando o pai do acusado morreu. "A mulher teria comentado com outros familiares que iria fazer um churrasco para comemorar a morte do cunhado. Porém, estamos apurando ainda se realmente houve esse comentário ofensivo. O fato é que, após esse episódio, o sobrinho teria nutrido ódio da tia, a quem teria proibido de ir na sua residência." A polícia descartou a existência de brigas entre Luís Carlos Araújo e o suspeito.

João Reis observou que os tiros efetuados pelo rapaz atingiram a cabeça e tórax das vítimas. "Vamos ouvir familiares que presenciaram a situação para entender o que realmente aconteceu nesta briga. Descobrir essa motivação é importante para verificar se ele poderá ser indiciado por mais crimes. Inicialmente, ele responderá por dois homicídios qualificados, mas há possibilidade de outras qualificadoras, como o motivo fútil ou recurso que impossibilitou a defesa da vítima", observou.

Se ficar comprovado que ateou fogo no carro da tia, o delegado pontuou que o jovem pode ser indiciado por tentativa de ocultação de cadáver. Como o período do flagrante expirou, o jovem responde em liberdade. Conforme Reis, o jovem tem passagem por tráfico de drogas. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito.

À reportagem, o advogado Luiz Gaya preferiu não comentar o caso, mas afirmou que a defesa irá se manifestar em momento oportuno.