Campos do Jordão, 06 (AE) - Sobe de três para oito o número de mortos em Campos do Jordão, interior de São Paulo, em decorrência das chuvas. Hoje os bombeiros localizaram cinco corpos, soterrados desde a madrugada de terça-feira, quatro no Morro do Britador e um no Morro do Pica-Pau, na Vila Albertina. Seis pessoas continuam desaparecidas e há 103 feridos nos cinco hospitais da cidade.
Até hoje à tarde, havia 1.629 desabrigados. O número de casas destruídas pelos desmoronamentos chegou a 428. Quase mil pessoas trabalham no remoção de escombros e na assistência às vítimas. O dia hoje foi ensolarado e as nuvens escuras que estavam sobre a cidade foram se afastando ao longo do dia. À tarde, a Defesa Civil do Estado divulgou boletim informando que não há previsão de chuva no município nesta sexta-feira e no sábado.
Técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que fizeram análise do solo nas áreas onde houve deslizamentos, recomendaram aos bombeiros que paralisassem o trabalho de resgate caso chovesse, por causa do risco de novos desmoronamentos. Com sol, os bombeiros aceleraram o trabalho. Na Vila Santo Antônio, onde moradores dizem haver pessoas desaparecidas, os bombeiros têm pouca esperança de localizar mais soterrados.
Estrada - Os acessos à cidade ainda estão bloqueados pela Polícia Militar por causa das quedas de barreira. Os carros entram e saem do municípios em comboios organizados pelos policiais rodoviários. Hoje as subidas foram feitas nas horas ímpares e as descidas, nas pares. O temor dos técnicos é de que uma pedra de quase dez toneladas, que caiu da encosta, atinja a pista. Às 11 horas a estrada chegou a ser bloqueada para que a rocha fosse dinamitada, mas a operação foi suspensa. Ainda não há estimativa de liberação da pista.
Nos bairros atingidos pelos deslizamentos faltam água e energia elétrica. A estimativa é que cerca de 20% das casas tenham problemas com abastecimento. O corte no fornecimento foi feito, segundo técnicos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da Electro - empresa responsável pela distribuição de energia -, em parte para evitar novos acidentes e em parte por causa do rompimento de canos e fios por árvores e terra.
Técnicos das duas empresas garantiram hoje ao governador Mário Covas (PSDB) que o fornecimento estaria normalizado até amanhã (07) pela manhã na maior parte da cidade.