Ao todo, 18 imóveis foram interditados emergencialmente e 30 sirenes foram acionadas em 16 das 103 comunidades de alto risco do município
Ao todo, 18 imóveis foram interditados emergencialmente e 30 sirenes foram acionadas em 16 das 103 comunidades de alto risco do município | Foto: Mauro Pimentel/AFP

Rio de Janeiro - Após as fortes chuvas que mataram quatro pessoas no Rio de Janeiro neste fim de semana, 29 escolas estaduais decidiram suspender as aulas nesta segunda (2) por terem sofrido estragos.

A maior parte dessas unidades fica na região metropolitana: sete delas estão localizadas em Belford Roxo, outras cinco em Itaguaí e mais cinco na zona oeste da cidade do Rio, algumas das regiões mais afetadas.

O Corpo de Bombeiros informou que busca uma quinta vítima do temporal (não identificada) em um rio em Queimados, a 55 km da capital fluminense, com a ajuda de uma equipe de mergulhadores. O órgão, porém, não deu mais detalhes da ocorrência.

O número de ocorrências atendidas pela Defesa Civil municipal também subiu. Das 20h30 de sábado (29) até as 9h15 desta segunda, o órgão recebeu 349 chamados (foram 104 até a tarde de domingo), sendo os principais por desabamento de estrutura e deslizamento de barreiras e encostas.

Ao todo, 18 imóveis foram interditados emergencialmente e 30 sirenes foram acionadas em 16 das 103 comunidades de alto risco do município, como a Rocinha e o Complexo do Alemão. O sinal toca quando o índice pluviométrico atinge protocolos de desocupação preventiva.

Por causa das chuvas no rio Guandu, que abastece grande parte da região metropolitana, a Cedae (companhia estatal de água e esgoto) reduziu a captação de água desde a noite de domingo, operando com 60% de sua capacidade.

A menor pressão na rede pode diminuir o fornecimento em áreas mais altas. Os transtornos fizeram o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) mudar sua agenda na manhã desta segunda.

Em vez de participar de uma entrevista coletiva sobre o balanço do Carnaval, ele decidiu ir a um dos bairros mais afetados, Realengo (zona oeste), onde foi hostilizado pela população.

O tempo instável persiste na capital. A previsão do Alerta Rio é de chuva e vento moderado a forte a qualquer momento do dia, com céu encoberto, por causa de um canal de umidade que atua sobre o Sudeste do país.

A população ainda enfrentava alguns transtornos no transporte nesta manhã, como a redução do trecho do corredor Transoeste do BRT por causa de pontos de alagamento que impossibilitavam a circulação dos ônibus articulados. Por volta das 10h, porém, todas as linhas voltaram a operar normalmente.

Os trens da Supervia também operam com intervalo irregular em alguns trechos por causa de imprevistos técnicos no sistema de sinalização, e há 19 pontos com acúmulos de água e três árvores caídas.

Já os aeroportos Santos Dumont e Galeão operam com o auxílio de instrumentos para manobras de pousos e decolagens.

A cidade do Rio está em estágio de alerta (o quarto nível em uma escala de cinco) desde as 0h20 de domingo. Isso significa que uma ou mais ocorrências graves impactam o município ou que há incidência simultânea de diversos problemas de médio e alto impacto em diferentes regiões.



De sábado à noite até a manhã desta segunda, a Defesa Civil 349 chamados, sendo os principais por desabamento de estrutura e deslizamento de barreiras e encostas
De sábado à noite até a manhã desta segunda, a Defesa Civil 349 chamados, sendo os principais por desabamento de estrutura e deslizamento de barreiras e encostas | Foto: Mauro Pimentel/AFP

Para se ter uma ideia, em apenas 32 horas choveu mais da metade da média de março em toda a cidade. Santa Cruz (zona oeste) foi o bairro com o maior volume, com 154,6 milímetros, sendo que a média para o mês ali é de 155,3 milímetros.

O Centro de Operações da Prefeitura do Rio recomenda que as pessoas adiem compromissos, permaneçam em lugares seguros, só se desloquem se estiverem em área de risco ou caso seja extremamente necessário e ofereçam abrigo a amigos e familiares que precisem.