Brasília, 4 (AE) - O representante do Banco Central na comissão contra o bug do ano 2000, Antônio Augusto Matos do Vale
anunciou há pouco em entrevista no Ministério da Defesa, que no balanço final após o primeiro dia útil do ano ficou demostrado que nenhum banco, nenhuma bolsa de valores, ou empresa do mercado segurador teve problemas com o bug. "O último sistema crítico que poderia trazer algum problema, o de compensações de cheques, foi processado ontem normalmente", afirmou Vale.
Segundo ele, o movimento verificado está sendo idêntico ao dos anos anteriores. A base monetária - que reúne o dinheiro em caixa das pessoas nos bancos, mais os depósitos a vista - que estava em R$ 49,5 bilhões no dia 30 de dezembro passado caiu para R$ 45,408 bilhões; movimento considerado normal pelo técnico do BC. O Meio Circulante (papel -moeda em poder do público) que estava em R$ 29,837 bilhões no dia 1 º de janeiro caiu para R$ 29,273 bilhões. O técnico do BC informou que esse valor está abaixo dos R$ 31 bilhões previstos inicialmente pelo banco, para um mês de dezembro normal. Ele lembrou ainda que os R$ 7 bilhões em papel moeda que o Banco Central havia deixado disponível para os bancos não chegou a ser utilizado.
Segundo Vale, a maior vitória do governo foi a confiança depositada pela população no Banco Central. "Não tínhamos dúvida sobre a solução dos problemas tecnológicos, mas não tínhamos a mesma certeza sobre o comportamento da população. Isso sempre nos preocupou", afirmou. O técnico atribuiu o comportamento normal da população antes e depois da virada do ano às informações prestadas pelo governo e pelos bancos e a divulgação pela imprensa levando tranquilidade à população. Ele informou que o balanço do desempenho do sistema financeiro no Brasil está sendo repassado aos investidores internacionais.