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. | Foto: COM/UEL

Docentes da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e Unespar (Universidade Estadual do Paraná) de Apucarana que fazem parte do Sindiprol/Aduel (Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região), deliberaram em assembleias pela aprovação do estado de greve. As assembleias foram realizadas na última quarta-feira (29) em Londrina e Apucarana e o resultado foi divulgado nesta sexta. Conforme o sindicato, os professores podem deflagrar uma greve nos próximos dias .

Ainda segundo o sindicato, estava prevista uma apresentação das finanças do Estado na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) na última quarta-feira (29). "Como é de praxe, a cada quatro meses, o secretário da Fazenda, Renê Garcia Junior, falaria com os deputados sobre a situação financeira do Paraná. Sabendo da situação, o FES (Fórum das Entidades Sindicais) aproveitou para intensificar a cobrança pelo pagamento da reposição salarial dos servidores públicos do estado", explica o Sindiprol em boletim. No entanto, a apresentação foi transferida para a próxima quarta-feira (5).

Embora a data da apresentação tenha sido alterada, lideranças do FES estiveram na Alep na quarta-feira (29) cobrando o pagamento da reposição salarial dos servidores públicos do estado. De acordo com o fórum, um documento foi entregue os deputados apresentando dados de finanças do Paraná. "Os números do FES atestam que há a possibilidade da reposição imediata da inflação de 4,94%, referente aos últimos 12 meses, e do pagamento da dívida do governo para com a categoria, sem reposição há 3 anos e meio, no segundo semestre", reforça o sindicato. Ainda conforme o FES, o debate técnico foi esgotado, mas para que a reposição seja solucionada, membros do fórum exigem uma reunião direta com o governado Ratinho Júnior (PSD).

Em 29 de abril, mais de sete mil servidores públicos estaduais realizaram uma manifestação para relembrar os quatro anos do conhecido "Massacre do Centro Cívico", em Curitiba. A pauta nesta ocasião foi a data-base das diferentes categorias que permanecem "congeladas" há mais de três anos. No início do mês de abril, o governador afirmou à imprensa que seria difícil realizar a reposição da data-base ainda em 2019. Ainda em 29 de abril, houve uma reunião entre representantes do governo e do FES, na qual formaram uma comissão permanente para tratar da reposição dos salários, entre outras demandas das categorias. Na época, a administração estadual reconheceu a dívida.

Segundo Ronaldo Gaspar, presidente do Sindiprol/Aduel, a comissão foi criada com o objetivo de chegar a um índice salarial para ser apresentado aos servidores do estado. "No entanto, essa comissão teve divergências entre os números apresentados pelos representantes sindicais e aqueles do governo. Essa comissão se reuniu algumas vezes, se não me engano quatro ou cinco vezes. A última reunião ocorreu segunda-feira agora e os números apresentados pela Sefa (Secretaria da Fazenda) indicam a não reposição aos servidores, mas os servidores continuam pressionando via FES para que o governo assuma a responsabilidade porque devido aos dados que a FES está apresentando, há condições de conceder o reajuste", ressalta Gaspar.

"Como a exposição do secretário da Fazenda foi transferida para a próxima quarta-feira (5), uma reunião plenária do FES foi marcada para o mesmo dia, no período oposto ao da apresentação das finanças do Estado. O objetivo é discutir novos encaminhamentos na luta pela reposição salarial na data-base", pontua o comunicado do Sindiprol.

A reportagem procurou o governo do Estado, que afirmou desconhecer qualquer medida de greve ou de estado de greve até a noite desta sexta-feira (31). "Ainda não fomos comunicados disso, mas vamos tentar solucionar com negociação e diálogo para evitar medidas extremas como a greve."