São Roque,SP, 1(AE) - O diretor presidente da Siemens do Brasil, Hermann Wever, disse que se a Banda C de telecomunicações no Brasil ficar com o sistema GSM pela frequência de 18 MGh, a empresa disputará esse mercado de comunicação sem fio com investimentos de US$ 50 milhões nos próximos três anos. "Esse valor não faz parte dos investimentos programados pela Siemens, de US$ 70 milhões por ano, de 2000 até 2002", explicou Wever, durante seminário realizado hoje pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, em São Roque (SP).
Na verdade, a disputa da Siemens, já começou. A empresa alemã e as européias Nokia e Alcatel brigam pelo sistema GSM em contra ponto ao dos americanos, que querem o sistema de frequência 19 MGh, já implantado na maioria dos países das Americas. "Lutamos em bloco, mas se o sistema GSM for o escolhido para a transmissão de dados, será uma briga de foice entre as concorrentes européias, pelo mercado brasileiro", disse ele, afirmando que não poderia calcular quanto a Alcatel e a Nokia poderiam investir neste segmento da comunicação de dados.
Hermann Wever admitiu que, se a União Européia e o Mercosul estivessem mais próximos comercialmente, como é o caso do bloco europeu com o México, essa questão da telefonia de terceira geração seria resolvida mais facilmente. "Sem dúvida, falta maior aproximação e essa é uma das razões pela qual queremos que o GSM seja aprovado, o que facilitará a aproximação ao menos na comunicação entre as duas partes", ressaltou.
Segundo ele, o recente acordo comercial foi fechado com o México, porque é mais fácil negociar com um país, e não entre dois blocos, como seria o caso do Mercosul a União Européia. "Há, entre o Mercosul e a União Européia um conflito na área agrária. E, simplesmente por questões políticas locais, na França, principalmente, esse tema não vem sendo se quer discutido. Isso cria uma desconfiança e animosidade no relacionamento entre as duas partes", avaliou Wever.