Nesta segunda-feira (20), restaurantes e lanchonetes localizados em praças de alimentação de shoppings de Londrina puderam retornar à rotina de trabalho depois de quatro meses parados. Entretanto, alguns empresários ainda não estavam “prontos”, seja por não terem estoque suficiente ou por acreditarem que não valeria a pena abrir no primeiro dia, quando a expectativa era de pouco movimento de clientes. A autorização foi anunciada pelo prefeito Marcelo Belinati (PP) na noite deste domingo em transmissão ao vivo nas redes sociais.

Imagem ilustrativa da imagem Shoppings reabrem praças de alimentação com medidas de restrição
| Foto: Gustavo Carneiro

A movimentação de clientes superou as expectativas da empresária Solange Tamura, 45, que possui dois restaurantes de comida japonesa em um shopping do centro de Londrina. Até o final da tarde desta segunda-feira, a previsão era de o que peixe fresco iria acabar a qualquer momento caso novos clientes continuassem chegando, estimou. “Não íamos abrir por medo de não vir ninguém, mas aí pensamos em arriscar”, disse.

Na praça de alimentação, que possui cerca de 20 boxes, apenas um restaurante, que atende na modalidade self service, não estava aberto e pelo menos outros três já fecharam as portas definitivamente. Para aumentar a segurança, um dos dois estabelecimentos da dona Solange adotou uma medida muito usada no Japão: a instalação de um plástico para “isolar” funcionários e clientes. Neste local, o movimento da clientela foi “parecido” com dias anteriores à pandemia do novo coronavírus, avaliou Tamura, o que revela um clima de otimismo entre empresários do setor.

No final de semana, a FOLHA publicou uma reportagem onde o diretor da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) Londrina, Carlos Grade, falou da angústia e ansiedade dos associados e criticou a proibição. Ele argumentou que Londrina era a única cidade do Estado em que as praças de alimentação de shoppings não podem abrir. “O que a gente procura é só isonomia. Dentro de supermercados tem praça de alimentação e funcionando normalmente. Qual a diferença? Shopping é ambiente controlado, não tem aglomeração”, disse.

Agora, os estabelecimentos estão autorizados a funcionarem entre 12h e 19h, assim como os shoppings, mas podem continuar vendendo nos sistemas delivery e take away, caso de clientes que já estavam nos locais antes do fechamento. Nas praças, a lotação está limitada a 50% da capacidade, o que levou a administração do Royal Plaza Shopping a retirar parte das mesas e destinar pelo menos quatro funcionários para a limpeza.

À espera de um lanche de uma rede de fast food, o empresário Wellington Albuquerque, 23, disse que se sente mais “seguro” na praça de alimentação do shopping do que nas ruas ou em outros locais. Enquanto “matava” a saudade do lanche favorito, avaliou que a população de Londrina está um “pouco mais “consciente” em comparação com há alguns meses, o que permite a reabertura mediante a fiscalização por parte dos seguranças sobre o uso de máscaras, entre outras medidas. “Nesta distância eu acho seguro”, disse.