A morte de um idoso de 72 anos, ocorrida no dia 23 de dezembro do ano passado em Florestópolis, a cerca de 70 quilômetros de Londrina, é a primeira causada pela dengue na região desde agosto do ano passado. O diagnóstico foi confirmado em um novo boletim epidemiológico divulgado pela Sesa (Secretaria da Saúde do Estado do Paraná) nesta terça-feira (28). O balanço aponta outras quatro mortes causadas pela doença, totalizando sete no estado neste período epidemiológico.

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| Foto: Willian Volcov/Brazil Photo Press/Folhapress

De acordo com a Sesa, o número de casos cresceu 42,82% desde o último boletim semanal, passando de 7.618 para 10.882 confirmações desde agosto. Além disso, dez novos municípios entraram na lista dos que se encontram em epidemia de dengue, totalizando 34 cidades. Duas fazem parte da 17ª Regional de Saúde, com sede em Londrina: Lupionópolis e Florestópolis, onde morava Moacir Fioreze, a primeira vítima da região. Jacarezinho, a cerca de 150 quilômetros de Londrina, também entrou na lista.

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Ao todo, 198 municípios paranaenses contam com a presença da doença e 26 destas cidades encontram-se em situação de alerta, oito a mais do que na semana anterior.

Segundo a secretária de saúde de Florestópolis, Caroline Rici Paduanelo, o município vem realizando o combate ao mosquito Aedes aegypti a partir da remoção mecânica dos criadouros com dez profissionais, dentre agentes de endemias e de saúde. No município de cerca de 11 mil habitantes, 250 casos da doença foram confirmados desde agosto do ano passado.

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| Foto: Folha Arte

Paduanelo também ressaltou que a cidade aguarda mais uma liberação de recursos estaduais, a quarta desde o avanço da doença, para a compra de insumos. “Nós estamos trabalhando com todos os agentes de endemias e de saúde na remoção dos criadouros e com informações à população. Recebemos a visita do secretário no dia 3 de janeiro e ele nos informou que estaria disponibilizando um orçamento de R$ 15 mil para o município para a compra de insumos, mas ainda estamos aguardando a publicação”, afirmou.

Todas as outras quatro mortes confirmadas nesta terça-feira foram de pessoas que tinham mais de 60 anos e já possuíam alguma comorbidade, caso de uma mulher de 89 anos que tinha hipertensão arterial em Itaguajé, na região de Maringá. Na mesma Regional de Saúde, em Colorado, também foi confirmada a morte de um homem de 80 anos diagnosticado com um problema cardíaco.

O município de Nova Cantu, localizado na região de Campo Mourão e que já havia registrado duas mortes por dengue, voltou a aparecer na lista. Por lá, uma mulher de 71 anos diagnosticada com pneumonia e artrite reumatoide teve a morte registrada no dia 3 de janeiro. Completa a lista desta terça-feira uma moradora de 66 anos de Rondon, na região de Cianorte, a única pessoa que não contraiu a doença na cidade em que morava. De acordo com a Sesa, a mulher, que era hipertensa e diabética, foi picada pelo mosquito da dengue em Itajubi, no interior de São Paulo.

Em Londrina, uma capacitação para os agentes de saúde do estado e do município com foco no manejo clínico dos pacientes foi realizada na Universidade Estadual de Londrina e conto com a participação de 300 profissionais. Servidores de Maringá, Paranavaí e Campo Mourão também devem receber o treinamento ao longo desta semana. “Todas as secretarias estaduais e órgãos públicos, além de entidades da sociedade civil organizada, participam das atividades de orientação sobre as medidas que visam, principalmente a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti nos domicílios e imóveis públicos e comunitários”, afirmou o secretário Beto Preto.

De acordo com a diretora da 17ª Regional de Saúde, Maria Lúcia Lopes, uma reunião do Comitê Intersetorial de Combate à Dengue será realizada nesta quinta-feira (30) para que servidores da Saúde, Defesa Civil, CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Educação e Meio Ambiente apresentem propostas de combate em suas respectivas áreas de atuação. Outro comitê de servidores deve trabalhar na análise das óbitos causados pela doença "para saber se houve problema no transporte, tentar identificar se houve alguma falha, porque, teoricamente, uma pessoa não pode morrer por dengue, e saber como é possível melhorar", salientou Lopes.

Até agora Londrina teve 328 casos confirmados de 4.361 notificações. Outros 1.500 ainda estão sendo investigados. A Prefeitura avalia que cerca de 8% dos imóveis do município possuem ao menos um foco do mosquito. A administração municipal dispõe de um telefone para denúncias. Até a semana passada, o Disque-Dengue havia recebido 1.282 denúncias que resultaram em 102 notificações. O telefone para informa sobre possíveis criadouros em imóveis públicos ou privados é 0800-400-1893.