Servidores de instituições federais de educação entram em greve
Categoria pede reajuste salarial e revisão do plano de cargos e carreira; paralisação já atinge UFPR, UTFPR, Unila e CHC
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 20 de março de 2024
Categoria pede reajuste salarial e revisão do plano de cargos e carreira; paralisação já atinge UFPR, UTFPR, Unila e CHC
Simoni Saris - Grupo Folha
Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) em todo o país
estão em greve desde o último dia 11 de março para pressionar o governo federal
por reajuste salarial e aprimoramento da carreira. As principais reivindicações
da categoria de servidores são a correção da defasagem salarial e a revisão no
plano de carreira e cargos. A paralisação é por tempo indeterminado e, no Estado,
já atinge as unidades da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Unila
(Universidade Federal da Integração Latino-Americana) e UFPR (Universidade
Federal do Paraná), incluindo o CHC (Complexo do Hospital de Clínicas). Nesses
locais, segundo o Sinditest-PR (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das
Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná), que representa a
categoria no Estado, apenas serviços emergenciais são mantidos durante a greve.
A partir da próxima segunda-feira (25), o movimento passa a contar também com a
adesão dos técnicos do ITFPR (Instituto Tecnológico Federal do Paraná).
A greve é resultante da dificuldade dos servidores federais em
negociar com o governo federal. Em maio de 2023, a categoria aceitou a proposta
emergencial de 9% de reajuste e mais R$ 200 no auxílio-alimentação, mas o percentual
acordado entre as partes mostrou-se insuficiente para cobrir as perdas
acumuladas nos últimos anos. Em agosto do ano passado, havia uma Mesa Nacional
de Negociação Permanente, mas em reunião com os servidores públicos federais, o
governo federal não apresentou proposta de recomposição salarial.
Em setembro, em plenária nacional realizada pela Fasubra
Sindical (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em
Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), em Brasília
(DF), foi aprovada pela categoria a nova proposta do PCCTAE (Plano de Carreira e
dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação). Entre as mudanças previstas
pelo plano, estão a recomposição das perdas inflacionárias, a redução do
intervalo de progressão na carreira para 12 meses, piso salarial de três
salários mínimos e revisão dos percentuais de incentivo à qualificação.
No mês seguinte, uma nova rodada de negociação com o MGI
(Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) terminou sem avanços
e, em dezembro, durante a última reunião com a Mesa Nacional de Negociação
Permanente, os servidores comunicaram ao governo federal a orientação do estado
de greve, com mobilização prevista para o primeiro trimestre de 2024.
Antes de os servidores paralisarem as atividades, em
fevereiro, houve uma nova reunião com o MGI e MEC (Ministério da Educação e
Cultura) na qual a Fasubra encaminhou contraproposta de 10,34% de reajuste para
o biênio 2024-2026 e anunciou greve para 11 de março. O MEC chegou a pedir que
os servidores aguardassem mais 30 dias antes de suspender as atividades, mas o
calendário foi mantido. As bases confirmaram a decisão entre os dias 11 e 15 de
março e, aos poucos, o movimento cresce em torno do principal eixo de
reivindicação, o aprimoramento da carreira e o reajuste de salários.
Na manhã desta quarta-feira (20), os grevistas realizaram um
ato durante solenidade com o ministro da Educação, Camilo Santana, realizada no
Palácio Iguaçu, em Curitiba.