Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) em todo o país estão em greve desde o último dia 11 de março para pressionar o governo federal por reajuste salarial e aprimoramento da carreira. As principais reivindicações da categoria de servidores são a correção da defasagem salarial e a revisão no plano de carreira e cargos. A paralisação é por tempo indeterminado e, no Estado, já atinge as unidades da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) e UFPR (Universidade Federal do Paraná), incluindo o CHC (Complexo do Hospital de Clínicas). Nesses locais, segundo o Sinditest-PR (Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná), que representa a categoria no Estado, apenas serviços emergenciais são mantidos durante a greve. A partir da próxima segunda-feira (25), o movimento passa a contar também com a adesão dos técnicos do ITFPR (Instituto Tecnológico Federal do Paraná).

A greve é resultante da dificuldade dos servidores federais em negociar com o governo federal. Em maio de 2023, a categoria aceitou a proposta emergencial de 9% de reajuste e mais R$ 200 no auxílio-alimentação, mas o percentual acordado entre as partes mostrou-se insuficiente para cobrir as perdas acumuladas nos últimos anos. Em agosto do ano passado, havia uma Mesa Nacional de Negociação Permanente, mas em reunião com os servidores públicos federais, o governo federal não apresentou proposta de recomposição salarial.

Em setembro, em plenária nacional realizada pela Fasubra Sindical (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), em Brasília (DF), foi aprovada pela categoria a nova proposta do PCCTAE (Plano de Carreira e dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação). Entre as mudanças previstas pelo plano, estão a recomposição das perdas inflacionárias, a redução do intervalo de progressão na carreira para 12 meses, piso salarial de três salários mínimos e revisão dos percentuais de incentivo à qualificação.

No mês seguinte, uma nova rodada de negociação com o MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) terminou sem avanços e, em dezembro, durante a última reunião com a Mesa Nacional de Negociação Permanente, os servidores comunicaram ao governo federal a orientação do estado de greve, com mobilização prevista para o primeiro trimestre de 2024.

Antes de os servidores paralisarem as atividades, em fevereiro, houve uma nova reunião com o MGI e MEC (Ministério da Educação e Cultura) na qual a Fasubra encaminhou contraproposta de 10,34% de reajuste para o biênio 2024-2026 e anunciou greve para 11 de março. O MEC chegou a pedir que os servidores aguardassem mais 30 dias antes de suspender as atividades, mas o calendário foi mantido. As bases confirmaram a decisão entre os dias 11 e 15 de março e, aos poucos, o movimento cresce em torno do principal eixo de reivindicação, o aprimoramento da carreira e o reajuste de salários.

Na manhã desta quarta-feira (20), os grevistas realizaram um ato durante solenidade com o ministro da Educação, Camilo Santana, realizada no Palácio Iguaçu, em Curitiba.