Agência Estado,
do Rio
Apesar do parecer do Ministério Público (MP) contrário ao pedido de revogação da prisão preventiva do deputado cassado Sérgio Naya, o juiz da 33ª Vara Criminal do Rio, Heraldo Saturnino de Oliveira, decidiu, no final da tarde de ontem, libertar o ex-parlamentar. O juiz considerou que Naya apresentou-se espontaneamente, mas impôs algumas condições para soltá-lo: Naya não poderá deixar o País e foi obrigado a assinar um termo comprometendo-se a comparecer a todos os atos processuais.
A decisão do juiz revoltou os moradores do Palace que devem fazer hoje manifestações contra a libertação do empresário. No início da noite, um oficial de Justiça foi à carceragem especial, no Ponto Zero, em Benfica, zona norte, com o alvará de soltura. O pedido de revogação da prisão foi feito pelo advogado de Naya, sexta-feira passada, depois que o engenheiro prestou seu primeiro depoimento à Justiça. O deputado cassado, preso desde o dia 15 de dezembro, é acusado de desabamento doloso do Edifício Palace 2, que causou a morte oito pessoas no carnaval de 1998, e está preso há 28 dias.
Em seu parecer, a promotora Cláudia Perlingeiro, alegou ser contrária a libertação porque a defesa do ex-deputado não apresentou fatos novos que justificassem a libertação de Naya. No pedido, o advogado alega que seu cliente informou seu endereço à Justiça e anexou ao processo um abaixo-assinado de vizinhos de Naya, em Brasília, no qual afirmam que ele mora no apartamento indicado por seus advogados.
O juiz deveria julgar hoje o pedido mas antecipou-se para surpresa dos moradores do Palace. ‘‘Ele tem grande responsabilidade nas mãos’’, afirmou a presidente da Associação de Vítimas do Palace 2, Rauliete Barbosa, no começo da tarde.