A superpopulação de pombos é uma realidade em Londrina. Nesta sexta (7), a Sema (Secretaria Municipal do Ambiente) iniciou a aplicação de repelente natural no Bosque Central para tentar reduzir o problema. De acordo com o biólogo e gerente de biodiversidade da pasta, Jonas Pugina, trata-se de um repelente tópico de aplicação no local de pouso das pombas. "A expectativa é que a combinação pegajosidade e cheiro do produto impeçam que o pombo se sente nesse galho ", explica.

Aplicado no topo de uma paineira, o produto biológico tem uma fragrância adocicada, que se assemelha ao cheiro de uva. Para realizar o teste, foi preciso o apoio de um guindaste para que o biólogo fosse posicionado a 20 metros de altura. O objetivo do teste, segundo Pugina, é realizar o manejos das aves em excesso que causam desequilíbrio ambiental. "O excesso de dejeção e a sujidade são visíveis e há um esforço permanente para a manutenção do local", reconhece.

A operação chamou a atenção de moradores e de quem passava pela avenida São Paulo como a londrinense Irani Gerâncio da Silva, 64 anos. "Tomara que dê certo porque diz respeito à saúde das pessoas que moram, trabalham ou simplesmente passam por aqui, porque além da sujeira é um cheiro muito forte. Eu sei de um profissional que fazia limpeza aqui que ficou doente porque varria em volta das ruas dos bosques. Ficou muito doente", conta.

O cuidador de idosos Henrique Nogueira, 27 anos, também apoia trabalho. "O meu paciente tem 90 anos, gosta dos passeios, mas o tempo é reduzido por sabemos que esse mau cheiro é propício a doenças. Embora a revitalização tenha melhorado alguns aspectos, essa é uma tentativa que deve ser feita mesmo porque é necessária", pensa. "Infelizmente os bancos estão sempre sujos, assim como o passeio do bosque, sendo algumas partes impossíveis de serem acessadas", aponta.

De acordo com Pugina, os trabalhos realizados até agora permitem compreender onde as pombas pousam e dorme. "Só pousam e dormem. Não fazem ninhos e nem se alimentam aqui", esclarece. "Essa paineira é um exemplo, pois está sem folhas. Esse teste de microescala será importante para avaliar a funcionalidade e a efetividade do material. Depois dos testes serão feitos novos estudos para então comprovar se foi efetivo ou não e só na sequência poderemos afirmar se é efetivo para uma ampla aplicação", pondera.

O biólogo salienta que outras ações permanentes como a limpeza e manutenção das árvores, o aumento da iluminação e a aplicação de outros produtos favorecem o trabalho. "Sozinho o teste não irá resolver." Ele recorda as tentativas anteriores: "repelência pela iluminação, produto natural biológico, redução de árvores exóticas e poda de árvores para redução de pontos de pouso, diminuição e adensamento das árvores para aumentar ventilação e ondas sonoras", enumera.