Segundo caso da variante delta é confirmado em Apucarana

Uma gestante de 42 anos, que morava no Japão e morreu em 18 de abril, foi a segunda pessoa confirmada com a cepa B.1.617 no Paraná, popularmente conhecida como variante delta do novo coronavírus, segundo a nova classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde). A identificação, novamente em Apucarana, foi feita por meio de sequenciamento genômico do vírus SARS-CoV-2, realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A informação foi divulgada nesta sexta-feira (25) pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde).

Segundo caso da variante delta do Paraná é confirmado em Apucarana e causou morte de gestante que veio do Japão. | Foto: iStock

O médico Altimar José Carletto, chefe da 16ª Regional de Saúde de Apucarana, apontou que provavelmente a paciente chegou ao Brasil contaminada. “Ela chegou aqui no dia 5 de abril e no dia 7 começaram os sintomas. Como normalmente o vírus fica incubado entre 3 e 5 dias, a gente entende que ela deve ter se contaminado no Japão ou nos aeroportos onde esteve. Os sintomas começaram dois dias depois que ela chegou ao Brasil. No dia 7 ela fez o exame para constatação do vírus e no dia 12 tem a positividade”, explicou Carletto.

O chefe da 16ª Regional de Saúde afirmou que depois da primeira confirmação buscou-se os contatos da pessoa 15 dias antes e 15 dias depois. “É claro que essas pessoas que foram identificadas, em torno de 200, podem eventualmente ter tido contato com outros que não foram identificados ou não foram rastreados. Infelizmente pode acontecer de não conseguir localizar 100% dos contatos. A gente tenta, mas não é fácil conseguir”, apontou. Ele afirmou que, embora tenha sido a segunda a ser confirmada, provavelmente a pessoa que veio o Japão tenha sido a primeira em Apucarana a ter o vírus.

A paciente precisou ser internada no dia 15 de abril e, devido ao agravamento dos sintomas, em 18 de abril passou por uma cesariana de emergência e morreu no mesmo dia. O recém-nascido, prematuro de 28 semanas, ficou internado até o dia 18 de junho e teve o resultado do exame negativo para a infecção da Covid-19. Atualmente, o bebê está saudável e segue em acompanhamento médico pelo município.

CONTATO

Esta gestante era amiga próxima da filha da primeira pessoa confirmada com a variante indiana no Paraná. Esta filha confirmou que foi visitá-la no dia 7 de abril. Ela teve o Covid-19 confirmado, mas fez teste de antígeno (farmácia), não sendo possível realizar análise genética desta pessoa, mas sim de alguns de seus familiares. A Sesa aguarda o resultado de outras duas pessoas desta família. Elas permanecem sob vigilância do município.

Segundo Carletto, a situação não muda nada em relação aos protocolos de segurança. “O que muda é só que a gente sabe que tem uma outra variante. Os cuidados permanecem os mesmos. A questão do isolamento e do distanciamento social, do uso de máscara, que é superimportante; e da higiene constante são recomendações que permanecem.

Em transmissão realizada pelas redes sociais o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, afirmou que a detecção da variante não é motivo de alarme. “Não há motivo de pânico. Nada disso. Precisamos continuar tomando todas as medidas de precaução que têm sido vastamente informadas, como o distanciamento social, o uso de máscaras, a lavagem das mãos e o uso do álcool gel“, destacou.

“Este caso teve muitos contatos no município de Rolândia, então os estudos ainda continuam”, destacou o secretário. “A 16ª Regional de Saúde de Apucarana e a 17ª Regional de Saúde, com sede em Londrina, ambas estão envolvidas neste processo diagnóstico”, apontou.

“Estamos encaminhando mais vacinas para continuar o trabalho de vacinação contra a Covid em todos os municípios. Precisamos pensar que estamos entrando no inverno e, em muitas vezes, as pessoas ficam em ambientes fechados. Isso pode facilitar a transmissão de qualquer tipo de vírus, incluindo aí as novas variantes. E também lembrar da vacinação contra a gripe, que neste momento também se reveste de importância capital para todos nós”, orientou.