Segunda fase da Fuvest começa com abstenção de 6,8%
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segunda-feira, 03 de janeiro de 2000
Por Juliana Junqueira
São Paulo, 03 (AE) - A prova de Língua Portuguesa, a primeira da segunda fase da Fuvest, foi considerada fácil pelos alunos que fizeram o exame hoje. O tema da Redação, sobre um projeto de lei que restringe o estrangeirismo na língua, foi elogiado pelos estudantes, que acharam a discussão atual e de fácil argumentação. O índice de abstenção total foi de 6,84%. Amanhã os estudantes fazem os exames de História e Química. A prova começa às 13h30, mas a Fuvest recomenda que os candidatos cheguem ao local às 13 horas para evitar imprevistos.
A estudante Cinthia Okuda e Silva, apesar de ter saído cedo de casa hoje chegou atrasada ao local de prova e perdeu o exame. Ela foi para o prédio errado. Cinthia chegou à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), onde estava inscrita, alguns minutos depois do fechamento do portão. "Não fiquei tão triste porque sou treineira", disse. "Se estivesse prestando vestibular para valer, ficaria arrasada."
Outros vestibulandos, entretanto, não conseguiram fazer a prova por causa das fortes chuvas no Estado. A candidata a uma vaga no curso de Odontologia Ana Carolina Caldas da Silva, moradora de Cruzeiro, no interior de São Paulo, não conseguiu sair de sua cidade, que está ilhada desde domingo, em razão das chuvas do fim de semana.
"Acredito que não sou a única a ficar nesta situação", disse. Ela tentou entrar em contato com a Fuvest, que informou não poder fazer nada, e com a assessoria do governador Mário Covas. Segundo José Coelho Sobrinho, da Fuvest, a fundação não tem como resolver casos específicos. "Não podemos suspender a prova em respeito aos 26.823 candidatos que estão classificados para a segunda fase", afirmou.
Equilibrada - Na opinião dos alunos, a prova de Língua Portuguesa, com dez questões dissertativas, foi equilibrada, trazendo questões de gramática e de interpretação de textos na mesma proporção. O estudante Bruno Costa, treineiro de exatas, achou a prova fácil. "Os textos estavam curtos, o que facilitou a resposta", disse. Segundo ele, os textos referiam-se a dois poemas de Carlos Drummond de Andrade. Bruno gostou do tema da Redação. "Fiz o texto explicando que, com o estrangeirismo, a língua perde um pouco sua identidade", disse. "Acho que tem de ter limites."
O candidato a uma vaga em ciência da computação Felipe Duprat, de 20 anos, também elogiou a Redação e abordou a questão por um ângulo diferente do de Bruno. "Acho que o estrangeirismo enriquece a língua", disse. Ele considerou fácil a prova de Língua Portuguesa, porque não teria exigido tanto conhecimento específico da língua, mas raciocínio.