São Paulo, 1 (AE) - O secretário parlamentar do gabinete de Maria Helena, Jayme Salim Jacob, afirmou hoje, em depoimento à Comissão Processante que analisa as denúncias contra a vereadora, que nunca foi obrigado a devolver parte dos R$ 5.075 00 de seu salário à parlamentar. Mesmo assim, admitiu que chegou a destinar a Maria Helena uma parcela do que ganha. "Às vezes, eu dava algum dinheiro do meu salário para as obras assistenciais que ela promove", admitiu Jacob, que é amigo da parlamentar há cerca de 40 anos.
Jacob afirmou à comissão que também doou vários tíquetes-refeição que recebe mensalmente à Igreja de Santana. "Não acredito nessas histórias que falam dela, porque a conheço há muito tempo", completou o secretário.
A secretária do gabinete de Maria Helena, Patrícia Pires
também defendeu a parlamentar. Ela negou ter conhecimento da denúncia de retenção de salários, mas também não soube informar como um holerite seu teria ido parar na casa da vereadora: "Devo ter esquecido em algum lugar".Os holerites foram apreendidos pela Polícia Civil e pelo Ministério Público Estadual durante uma operação realizada na casa da vereadora, em 1999.
O advogado de Maria Helena, Laertes Torrens, ficou satisfeito com os depoimentos. "Por mim já encerrava a parte das testemunhas e passava para o julgamento final, pois há elementos para isso", disse. Torrens acredita que sua cliente não terá o mandato cassado.
Até o meio-dia, a principal testemunha do dia, o estelionatário Fabiano Leite de Sá Lima, não havia comparecido à Câmara Municipal para prestar depoimento. Ontem, o advogado de Lima ligou para redações de jornais afirmando que seu cliente compareceria ao Palácio Anchieta às 9 horas para apresentar sua versão para todas as denúncias. Em depoimento prestado à polícia no ano passado, Lima afirmou que foi influenciado por Maria Helena a tentar extorquir dinheiro do vereador Salim Curiati Júnior (PPB). Na época, Lima gravou uma fita cassete em que duas ex-funcionárias da Câmara teriam ameaçado o pepebista de morte.