O governo de São Paulo definiu como 8 de setembro a data para a retomada das aulas presenciais nas escolas públicas e particulares do estado, incluindo instituições de ensino superior. O retorno gradativo prevê uma série de restrições com protocolos rígidos numa tentativa de garantir a segurança dos profissionais e dos estudantes. No entanto, a retomada só será realizada após análises sobre a situação da pandemia nos próximos meses.

Imagem ilustrativa da imagem Secretarias de Educação analisam estratégias para retomada das aulas presenciais
| Foto: Seed

No Paraná, a Seed (Secretaria de Estado da Educação) criou um Comitê de Planejamento de Retorno às Aulas Pós-Pandemia. Ainda sem data definida para a retomada das atividades presenciais, o comitê pretende elaborar um plano unificado para as redes pública e privada com protocolos de segurança obrigatórios. Entre as alternativas analisadas estão a possibilidade de turmas menores para garantir o distanciamento entre os estudantes e ainda a oferta de aulas presenciais e de atividades remotas para que ocorra uma espécie de revezamento em sala de aula.

A Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) formalizou um documento com subsídios para a elaboração de protocolos de retorno às aulas nas redes municipais de educação em todo o País. Entre as orientações estão a criação de uma comissão municipal de gerenciamento da pandemia da Covid-19 e comissões escolares, além da comissão estadual.

O documento traz indicações como a redefinição do número de estudantes por sala de aula, escalonamento das crianças em aulas presenciais e em atividades não presenciais, busca ativa para combater a evasão escolar, estabelecimento de protocolos para o manuseio de alimentos e limpeza de utensílios e adequação e reforma dos espaços escolares.

Para escolas e centros de educação infantil, as orientações incluem verificação de temperatura corporal das crianças, instalação de panos ou capachos com água sanitária na entrada das escolas, desativação de bebedouros com disparo para a boca e incentivo ao uso de garrafinhas individuais para evitar o compartilhamento de materiais.

Em Londrina, a Secretaria Municipal de Educação pretende formar comissões nas escolas para elaborar o plano de retomada das atividades. A intenção é avaliar a realidade de cada instituição. Até o momento, não há previsão para a volta às aulas. “Não vamos recomeçar enquanto a Secretaria de Saúde e o Coesp [Centro de Operação de Emergências em Saúde Pública] não liberarem”, frisou a secretária municipal de Educação, Maria Tereza de Moraes. Londrina prepara a compra de termômetros, tapetes desinfectantes e máscaras.

A compra de vários itens de segurança sanitária também está em processo de licitação em Cambé. A Secretaria Municipal de Educação deve formar uma comissão específica para avaliar as alternativas para a retomada das aulas presenciais.

“Nenhum município tem a intenção de voltar enquanto não houver garantia de segurança para todos. Por mais que a gente oriente as crianças, os protocolos de higiene acabam sendo complicados e a aglomeração seria inevitável. Temos alguns grupos de secretários no estado que levantaram a hipótese de voltar em revezamento, mas tudo isso precisa ser muito bem discutido”, ponderou a secretária de Educação em Cambé, Claudia Codato. A preocupação é ainda maior quando se trata da educação infantil. “A gente não pode fazer com que os bebês usem máscara, por exemplo”, lembrou a secretária.

A Secretaria de Educação de Ibiporã pretende realizar uma pesquisa com os pais dos alunos para verificar se eles se sentiriam seguros em encaminhar os filhos para as aulas presenciais a partir de setembro. A data estimada pela secretaria, no entanto, depende de diversos fatores como os índices de infecção pelo novo coronavírus na cidade e a execução de um plano de ação que garanta a segurança de alunos e funcionários.

“A educação será um dos últimos setores a retomar as atividades. Cada região do estado tem a sua especificidade. Os municípios estão bem cautelosos. Estamos acompanhando os dados da Sesa [Secretaria de Estado da Saúde] e da Seed. Nenhuma das instituições de ensino sinalizou retorno”, comentou a secretária de Educação de Ibiporã, Maria Margareth Coloniezi.

Enquanto aguardam a retomada das aulas presenciais, alunos das redes municipais de Londrina, Cambé e Ibiporã e da rede estadual realizam atividades de forma remota. Materiais impressos também são disponibilizados para aqueles que não possuem acesso à internet.