O Secretário Estadual de Saúde, Beto Preto, anunciou neste sábado (2) a possibilidade de criação de uma bio fábrica em Londrina por intermédio de convênio da UEL (Universidade Estadual de Londrina) com a Itaipu Binacional. “Em fevereiro, antes da pandemia se instalar, estive em Foz do Iguaçu em uma audiência com o Diretor de Coordenação de Itaipu, general Luiz Felipe Carbonell. Pedi apoio para a criação de um possível convênio da Itaipu Binacional com a UEL (Universidade Estadual de Londrina) para articular a criação de uma biofábrica do Ministério da Saúde em Londrina”, destacou Preto. “A Itaipu Binacional acenou com possibilidade de recurso financeiro.”

A biofábrica de Aedes aegypti com Wolbachia poderá ajudar a reduzir a disseminação da dengue, já que esses mosquitos comumente picam pessoas sem efeitos negativos. Estes mosquitos são aliados no combate à dengue, Zika e chikungunya, pois têm a capacidade reduzida de transmitir essas doenças. A Wolbachia pipientis é uma bactéria intracelular não infecciosa que não é capaz de infectar vertebrados, incluindo os humanos. O projeto WMP Brasil é conduzido pela Fiocruz e faz parte de uma iniciativa global, sem fins lucrativos, presente em 12 países, chamada World Mosquito Program (WMP).

O resultado desta metodologia se dá em longo prazo, mas é eficaz. Ao serem liberados mosquitos com Wolbachia, a tendência é que se tornem predominantes, diminuindo os casos dessas doenças, como já foi comprovado em alguns países.

OUTRAS AÇÕES

“Quero citar outras ações da SESA dentro da UEL. Todas as demandas têm ações que são fundamentais para o futuro para ampliar a parceria da secretaria com as universidades estaduais.”

De acordo com Preto, há um projeto do professor João Zequi, do CCB (Centro de Ciências Biológicas) da UEL para estabelecer um convênio para a ampliação da confecção da pastilha conhecida como BTI (Bacillus thuringiensis israelensis Berliner) utilizada no combate à dengue. Essa pastilha se dissolve em água e contém um microorganismo, capaz de matar as larvas.

“Estamos finalizando os termos de um convênio de uma pesquisa sobre SARS CoV-2, um projeto do professor Emerson Venancio, também do CCB. Também estávamos em discussão com o Ministério da Justiça para a assinatura de um convênio para a ampliação do laboratório do serviço de aconselhamento genético da UEL. Essa conversação estava sendo realizada com o então Ministro Sérgio Moro, mas agora que o ministro saiu, passará por outra lógica. Vamos ter que pensar como proceder. O novo ministro da Justiça (André Mendonça) tem passagem por Londrina, então vamos articular esse contato com o professor do laboratório, Wagner José Martins de Paiva”, projeta o Secretário.

Ele também expõe que há um pedido de transformação do laboratório de virologia do CCB para um nível NB2, que é adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoais e para o meio ambiente, classificados como microrganismos da classe de risco 2. “Estamos tratando isso com o professor Galdino de Andrade, do Departamento de Microbiologia do CCB da UEL.”