Saúde libera produção de mais seis medicamentos genéricos
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 29 de março de 2000
Por Chico Araújo
Brasília, 30 (AE) - O ministro da Saúde, José Serra, anunciou hoje a liberação para produção e comercialização de mais sete remédios genéricos. Agora, são 26 os genéricos no mercado autorizados pelo Ministério da Saúde desde fevereiro. Outros 169 pedidos estão em análise na Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Serra informou que em pesquisa, por telefone, 90% dos entrevistados afirmaram ter ouvido falar sobre os genéricos e 77% acreditam que a fórmula química do medicamento é igual à do de marca. Para outros 59% dos pesquisados o médico deve acrescentar na prescrição o nome do genérico correspondente ao de marca.
Para o ministro, outro dado interessante na pesquisa, que ouviu mil pessoas em todo o País, é o fato de que 83% deixariam de levar um remédio de marca se a farmácia não dispusesse de genérico. "É uma prova de que a população confia nos genéricos", disse Serra. A pesquisa revela ainda que 72% das pesssoas que vão ao médico não substituem o remédio receitado, mesmo que o farmacêutico de confiança garanta que o efeito é igual.
Campanha - A partir de domingo, dia 3 de abril, o Ministério da Saúde inicia uma campanha no rádio, mídia impressa e TVs para esclarecer dúvidas da população sobre o que é um genérico, um similar e um remédio de marca. A campanha será estrelada pelo ator Raul Cortez. Segundo a pesquisa, 37% das pessoas de mais idade acreditam que os genéricos não têm a mesma qualidade do remédio de marca.
Novas opções - Os novos genéricos, cuja identificação é feita pelo nome do princípio ativo, são Albendazol (contra vermes), Dimeticona (antiflatulência), Aciclovir (usado no tratamento de herpes simples e herpes zoster), Cloridrato de vancomicina (antibiótico), Cloridrato de ambroxol (solução oral) e Sulfato de salbutamol (broncodilatador). Desses, apenas o Cloridrato de vancomicina é de uso hospitalar. Serra explicou que mais da metade dos remédios autorizados, e já fabricados, são para venda em farmácias.
Esses genéricos substituem remédios de marca como o Luftal, Mucosolvan e o Aerolin e devem chegar ao consumidor com preço de 20% a 44% memor do que os de referência, segundo o ministro. A Dimeticona, disse ele, será 44% mais barata que o Luftal, o remédio de referência. Já o Sulfato de salbutanol, genérico que substitui o de marca Aerolin, custará 40% a menos ao consumidor, de acordo com o ministro.
O Ministério da Saúde vai lançar, na próxima semana, um site na Internet para informar às farmácias os nomes dos genéricos lançados. Além de infomações sobre os genéricos, a página - que será no endereço www.saude.gov.br - indicará ainda o remédio de referência e as suas indicações de uso. A página será atualizada à medida que novos genéricos sejam autorizados.