Saúde apura se brasileiro que desembarcou em SP com Covid tem ômicron
O caso do passageiro com suspeita de ter a variante foi encaminhado para sequenciamento no Instituto Adolfo Lutz, e o resultado deve sair em cerca de cinco dias
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domingo, 28 de novembro de 2021
O caso do passageiro com suspeita de ter a variante foi encaminhado para sequenciamento no Instituto Adolfo Lutz, e o resultado deve sair em cerca de cinco dias
RAQUEL LOPES E MARIANNA HOLANDA
Brasília - A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou na tarde deste domingo (28) que um passageiro brasileiro com passagem pela África do Sul testou positivo para a Covid-19. O país é onde foi identificada pelo primeira vez a nova variante da Covid-19, ômicron. No entanto, ainda não é possível afirmar que se trata de uma contaminação pela nova variante.

O caso do passageiro foi encaminhado para sequenciamento no Instituto Adolfo Lutz, e o resultado deve sair em cerca de cinco dias, segundo interlocutores do Ministério da Saúde. Segundo a Anvisa, ele está em isolamento residencial. A Folha de S.Paulo apurou que o trata-se um passageiro que já estava vacinado e que não apresenta sintomas.
O Ministério da Saúde recebeu a lista dos passageiros do voo da África do Sul e está fazendo contato com todos, começando pelos que se sentaram próximos ao brasileiro com Covid-19.
O ômicron foi identificado, pela primeira vez, no começo da semana passada na África do Sul. A OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou-a como "variante de preocupação", por ter um potencial risco de alta transmissibilidade. Casos foram confirmados na Europa nos últimos dias, levando a novas restrições e medidas de isolamento. O temor de uma nova onda de infecção gerou impacto negativo em bolsas de valores, inclusive no Brasil.
O passageiro desembarcou no Brasil com teste negativo, assintomático. No entanto, após sua chegada, a Anvisa foi informada na noite de sábado (27) sobre o resultado positivo de novo teste de RT-PCR, realizado pelo laboratório localizado no aeroporto de Guarulhos.
Para viajar para o Brasil, viajantes precisam apresentar exame negativo para a Covid-19 realizado com, no máximo, 72 horas de antecedência.
Por conta da nova variante, o governo federal adotou recomendação da Anvisa de proibir a entrada no Brasil de passageiros que tenham passado, nos últimos 14 dias, por seis países do continente africano, dentre eles a África do Sul. A medida, publicada no Diário Oficial da União na noite de sábado, passa a valer a partir de segunda-feira (29).
Diante do resultado positivo do passageiro brasileiro, a agência notificou o CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) nacional, estadual e municipal neste domingo (28). A Vigilância epidemiológica do município de Guarulhos também foi acionada para acompanhamento do caso.
Neste sábado (28), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que os cuidados que a população deve tomar em relação a variante ômicron, que surgiu na África do Sul, são os mesmos de outras cepas da Covid que já circulam pelo mundo.
O secretário de Vigilância da Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, ressaltou que além da imunização, as pessoas precisam continuar adotando as medidas não farmacológicas e até evitar viagens para lugares em que a nova cepa esteja circulando para evitar a contaminação.
Medeiros ressaltou que o país está preparado para enfrentar essa nova variante. A pasta não descarta a possibilidade da entrada da nova cepa no país.
"É extremamente importante que mantenhamos o foco na campanha de vacinação e mantenhamos as chamadas medidas não farmacológicas. Evitarmos aglomerações, higienização das mãos, álcool em gel, a etiqueta respiratória", destacou.
Já há casos confirmados da nova variante em ao menos oito países europeus: Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Itália, Holanda, Áustria, Dinamarca e República Tcheca.
Diante do avanço da ômicron, a Anvisa recomendou, na noite de sábado, que o governo federal ampliasse a lista de países em que passageiro que por lá tenham passado nos últimos 14 dias estão proibidos de entrar no Brasil.
A medida acrescenta Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia, ao lado de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

