Brasília - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta conseguiu adiantar para janeiro mais 600 mil doses de vacinas da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos contra a Covid. Dessa forma, serão 4,3 milhões de doses neste mês.

Imagem ilustrativa da imagem Saúde anuncia mais 600 mil doses de vacina pediátrica da Pfizer
| Foto: Hannibal Hanschke/AFP

O planejamento inicial é receber até março 20 milhões de doses para esse público, suficientes para imunizar cerca de metade da população de 5 a 11 anos.

Dessa total, o governo esperava receber 3,7 milhões de doses até o fim de janeiro. Elas serão distribuídas de forma proporcional para os estados e o Distrito Federal.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, já havia dito que o primeiro voo com vacinas chegaria em 13 de janeiro. Dessa forma, existe a possibilidade de alguns estados iniciarem a vacinação em 14 de janeiro.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso da vacina da Pfizer para imunizar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 em 16 de dezembro. O público infantil foi incluído no plano nacional de vacinação em 5 de janeiro.

O Ministério da Saúde avalia usar a Coronavac em crianças caso o imunizante seja aprovado pela Anvisa.

Como a vacina é a mesma utilizada em adultos, estados já se planejam para aplicar doses no público infantil. Hoje, há estoques, e o imunizante é apontado por especialistas como boa opção para crianças.

Integrantes do Ministério da Saúde dizem que ainda não se pode estabelecer prazo para terminar a imunização das crianças no Brasil.

De acordo com interlocutores da pasta, o ritmo dependerá da possível inclusão da Coronavac no cronograma e de uma eventual ampliação da quantidade de doses adquiridas da Pfizer no primeiro trimestre.

AUTOTESTE

O Ministério da Saúde quer ainda que a Anvisa avalie autorizar o autoteste para diagnóstico da Covid-19. Ao jornal O Estado de S. Paulo o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, afirmou que o ministério concluiu que o exame pode ser uma "importante ferramenta de apoio" no combate ao coronavírus.

"A mensagem é que o autoteste é uma ferramenta de apoio e não substitui o diagnóstico do profissional de saúde", ponderou. "A pessoa deve fazer o teste e, caso esteja com sintomas, deve ir ao posto de saúde ou hospital se certificar do diagnóstico."

Atualmente, não é permitida no Brasil a venda de exames de antígeno para serem feitos em casa. O exame é feito com a coleta de material no nariz com o cotonete ou por saliva. O autoteste, porém, tem sensibilidade menor do que outros exames (como o PCR) e está sujeito ao erro do paciente não treinado.

Desde o início da pandemia de coronavírus, especialistas têm alertado que o Brasil derrapa em uma das principais estratégias para acompanhar o avanço da Covid-19: a testagem. Adotados em diferentes lugares do mundo, os autotestes são proibidos no território brasileiro devido a uma resolução de 2015 da Anvisa.

No documento, a agência justifica a decisão afirmando que "não podem ser fornecidos a usuários leigos" produtos que atestem a "presença ou exposição a organismos patogênicos ou agentes transmissíveis, incluindo agentes que causam doenças infecciosas passíveis de notificação compulsória".

Por outro lado, testes de gravidez e de diabetes são comercializados em farmácias e podem ser feitos sem a presença de um profissional especializado. Procurada pela reportagem, a Anvisa não respondeu aos questionamentos.