São Paulo, 20 (AE) - O presidente da Fundação Bienal, o arquiteto Carlos Bratke, classificou hoje de "aberração" o projeto de construção do Maharishi São Paulo Tower, o prédio mais alto do mundo, que incluirá a remodelação de uma área de 1 6 milhão de metros quadrados, na região central da cidade, e investimentos de US$ 1,6 bilhão.
"É horrível e não tem nada a ver com a nossa cultura", resumiu Bratke. "Além disso, o projeto vai demolir um bairro inteiro", observou. As afirmações foram feitas em entrevista, durante a abertura na 4º Bienal de Internacional de Arquitetura, que teve início hoje (20) e vai até 25 de janeiro de 2000. A solenidade contou com a presença do governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB).
Para o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, presente na Bienal, o projeto é de uma "ambição infantil" e produzirá efeitos negativos no centro de São Paulo. "Eu não enxergo revitalizar o centro através de um prédio gigantesco e muito feio no Pari", disse. "Nenhuma cidade do mundo precisa ter o maior prédio do mundo", afirmou.
Em sua opinião, a melhoria da qualidade urbana será obtida com a criação de pólos descentralizados em São Paulo. "Eu acho que os investidores deveriam atentar para o fato que serviriam melhor a cidade se dividissem esse empreendimento em quatro ou cinco obras de alta qualidade", sustentou.
O Maharishi São Paulo Tower, um projeto do empresário Mario Garnero, do Grupo Brasilinvest, abrigará áreas de lazer universidade, escola, creche, centro de saúde, teatro, cinemas, hotéis, shopping center, restaurantes, um grande centro de convenções e exposições, garagens para até 25 mil automóveis, assim como apartamentos e escritórios inteligentes.
O megaedifício terá 510 metros de altura e 108 andares, com mais de 1 milhão de metros quadrados de área útil construída. A inauguração está prevista para o ano 2005.