São Paulo atinge 55% de isolamento social, e Doria nega lockdown
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 25 de maio de 2020
ISABELLA MENON
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Véspera do feriado, o domingo (24) no estado de São Paulo registrou 55% de taxa de isolamento, o maior desde último dia 3 de maio, quando o isolamento chegou a 59%.
Na capital, o índice chegou a 57% no dia que os termômetros da cidade marcaram 11,2°C, recorde de frio do ano, segundo o InMet (Instituto Nacional de Meteorologia).
O feriado de 9 de Julho, que comemora a Revolução Constitucionalista, foi antecipado para esta segunda-feira (25) a fim de aumentar a taxa de isolamento e conter o avanço do coronavírus.
No último dia 20 de maio, o governador João Doria (PSDB) afirmou que o adiantamento dos feriados foi uma tentativa de aumentar os índices de confinamento e evitar o "lockdown" [bloqueio total].
Nesta segunda, em entrevista à GloboNews, o governador disse que, neste momento, o "lockdown" não será adotado em nenhuma cidade de São Paulo e comentou medidas que serão adotadas para depois do dia 31 de maio.
"Não é imaginável que possamos não ter uma nova quarentena a partir de 1º de junho, mas será uma quarentena inteligente", informou o governador.
"Ela vai levar em conta toda a regionalização de São Paulo, no interior, capital, região metropolitana, litoral. A decisão não será homogênea. Até agora foi porque precisava ser. Agora, podemos fazer heterogênea, seguindo orientação do comitê de saúde. Áreas que definam flexibilização cuidadosa e em etapas, será levado em consideração. Onde não puder, não será."
O governador disse que os detalhes da nova quarentena serão divulgados nesta quarta-feira (27) durante uma entrevista coletiva.
À reportagem, Marco Vinholi, secretário do desenvolvimento regional, afirma que as taxas de isolamento do domingo demonstram "sucesso na estratégia do feriado". Segundo o secretário não foi verificado qualquer aumento de fluxo de veículos para outros municípios do estado de São Paulo. Ele reforça o pedido para que as pessoas fiquem em casa.
Vinholi também diz que "[o estado de São Paulo] representava 70% dos casos do Brasil, em março, e hoje somos menos de 27%, graças ao isolamento implementado, o que comprova o sucesso dessa política".
​O governo monitora a movimentação dos cidadãos por meio de dados de celular. Durante a quarentena, autoridades da saúde afirmam que a meta é uma redução de mobilidade de 70% da população o parâmetro se baseia na taxa que permitiu à Itália estabilizar o número de casos.
Uma redução de 60% é aceitável; com menos de 50% de adesão, o governo teme que faltem leitos de UTI.
Até esta segunda-feira, o estado registra 83.625 casos e 6.220 mortes pelo novo coronavírus, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. A pasta também informa que 16.814 pacientes, internados em hospitais devido complicações da Covid-19, já tiveram alta.
Além disso, dos 645 municípios de São Paulo, 510 já registram casos de infectados, o que representa 79,06% do território paulista. Um estudo do Instituto Butantan mostrou que se a taxa média de isolamento de 47%, a expectativa seria que todo o estado terá casos e óbitos por Covid-19.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI do estado é de 73,80%, uma ligeira melhora se comparada com sábado (23), que marcou 75,70%.