Santos, SP, 06 (AE) - Um surto de catapora convencional em Santos, no litoral paulista, constatado a partir de agosto, está colocando em alerta as autoridades sanitárias do município. Embora a doença seja benigna, a morte de um menino de 4 anos, vítima da doença na forma hemorrágica, conhecida como varicela, no dia 1.º de janeiro, está preocupando os moradores. Hoje, no entanto, o médico sanitarista Tarcísio Soares Borges Filho, chefe da Vigilância Epidemiológica de Santos, garantiu que não há motivos para aflição por tratar-se de um caso raro.
De acordo com o médico, o vírus circulante na cidade não tem essa agressividade e a morte do garoto "foi uma reação orgânica". Segundo Borges Filhos, a catapora pode ser prevenida com vacina, que entretanto não está disponível na rede pública. "Essa vacina não consta do Programa do Ministério da Saúde, por ser cara e haver outras prioridades". Ele explicou, ainda, que a catapora só se manifesta uma vez e quando há reincidência aparece sob a forma de herpes zoster. A prefeitura faz o bloqueio dos surtos em ambientes fechados, imunizando os demais pacientes de enfermarias e os profissionais que lidam com tais pessoas.
Segundo o médico, os casos de catapora começaram a aparecer, em maior quantidade, a partir de agosto, época em que a doença, normalmente, se manifesta. O município fez um levantamento, no mês de outubro, em todas as creches e escolas do ensino fundamental, que detectou 353 casos entre os meses de agosto e setembro. "Esse número representa 5,1% das crianças pesquisadas, e é bastante significativo", disse. Como a catapora é uma doença benigna e sua notificação não é obrigatória, inexiste a possibilidade de comparar o número de ocorrências com outros anos, "mas tudo indica que houve um acréscimo de casos". afirmou.
Agora, a Vigilância Epidemiológica de Santos está tentando tranquilizar a população, aconselhando os pais a procurarem as policlínicas para o tratamento de rotina. De acordo com Borges Filho, "esse tipo de doença ocorre muito raramente, é contraída - e pode ser mortal -, quando o paciente sofre queda de imunidade, provocada por outra doença como câncer
aids e leucemia ou a pessoa está passando por tratamento à base de corticóides". Entretanto, no caso do garoto de 4 anos não foi encontrada qualquer patologia anterior. "O pediatra do garoto garantiu-nos que era uma criança saudável e não se sabe porque a doença se manifestou dessa forma", revelou.
De acordo com a Diretoria Regional de Saúde do Litoral (DIR-19) a morte do garoto é um caso raro e único na Região Metropolitana da Baixada Santista.