A superlotação no pronto-socorro da Santa Casa de Londrina levou a direção do hospital a buscar alternativas para restringir o atendimento. Conforme o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, as dificuldades foram apresentadas em reunião realizada na tarde desta sexta-feira (18). Como medida emergencial, o hospital restringiu os atendimentos de urgência e emergência no pronto-socorro e deve suspender a realização de cirurgias eletivas a partir de segunda-feira.

“Eles apresentaram um cenário bastante preocupante em relação a superlotação. Cerca de 40 pacientes estavam internados no pronto-socorro onde a capacidade é de 11 a 15 doentes. Para manter as condições mínimas de segurança desses pacientes e as condições de atendimento de urgência e emergência, o plano apresentado pelo hospital foi no sentido de suspender temporariamente as cirurgias eletivas até que o hospital tenha condição de restabelecer a capacidade operacional sem colocar em risco os pacientes”, explicou o secretário.

Segundo Machado, na manhã deste sábado havia 29 pacientes no pronto-socorro. Outra medida deve reduzir ainda mais a taxa de ocupação. Os pacientes serão reavaliados para verificar a possibilidade de encaminhamento a outros hospitais de Londrina, como o Hospital Zona Norte e o Hospital Zona Sul, e unidades da região. Para o secretário, é possível equalizar a quantidade de pacientes referenciados.

“Solicitei ao diretor clínico da Santa Casa que avaliasse esses pacientes em pronto-socorro e também os demais pacientes internados para que pudessem identificar aqueles casos que, porventura, conseguiriam ser assistidos em hospitais de menor complexidade. Podemos, através da central de leitos, conseguir fazer essa contra referência para hospitais da cidade e da região. Não vamos tirar de um hospital e superlotar o outro. Nós vamos equalizar”, detalhou.

Machado afirmou ainda que o município recebe, aproximadamente, R$ 18 milhões para custear todos os procedimentos realizados pelo SUS em hospitais e ambulatórios. Porém, seriam necessários mais R$ 4 milhões ou R$ 5 milhões para quitar o pagamento de todos os procedimentos realizados. Enquanto os recursos não são repassados, as dívidas com os hospitais aumentam diariamente.

No final de setembro, o Hospital Evangélico também anunciou a restrição nos atendimentos. Porém, após iniciar uma negociação com o município, a medida não foi aplicada na prática. O secretário informou na manhã deste sábado que já solicitou o aumento do repasse do SUS ao Ministério da Saúde e aguarda resposta até o mês de novembro.

Por meio da assessoria de imprensa, a Santa Casa informou que a restrição nos atendimentos de urgência e emergência e a suspensão das cirurgias eletivas pelo SUS foi decidida no fim da tarde desta sexta-feira (18). A justificativa é que o pronto-socorro está superlotado, recebendo pacientes em uma capacidade acima da contratada pelo poder público.

Já no caso das cirurgias eletivas, as dificuldades financeiras decorrentes dos valores repassados pelo SUS levaram a uma falta de equipamentos que pode prejudicar a assistência aos doentes. O cancelamento das cirurgias pretende evitar prejuízos aos pacientes já internados. A Santa Casa ainda não tem o levantamento de quantas cirurgias serão suspensas a partir de segunda-feira.