Em reunião no final da tarde desta quarta-feira (26), a Prefeitura de Londrina e a Sanepar definiram ações para resolver a situação do desabastecimento de água na cidade, problema que também afeta Cambé. A primeira e mais importante foi a promessa de antecipação da entrega da obra de sistema de distribuição de água de setembro para abril.

O prefeito Tiago Amaral (PSD) disse que, em Londrina, a falta d'água é sentida principalmente na região oeste e que o problema vem desde o ano passado. A obra de ampliação da rede de distribuição, que deve aumentar a capacidade de 200 milhões para 240 milhões de litros de água por dia, vai ajudar a resolver o problema na região, assim como em Cambé. "A partir do momento que essa obra for entregue em abril, esse problema crônico de desabastecimento na região oeste deve se encerrar", explicou.

Ele também afirmou que cobrou da companhia um informativo diário dos problemas de abastecimento na cidade, envolvendo tanto situações programadas quanto emergenciais, como o rompimento das tubulações durante a execução de obras. Para isso, um comitê vai ser montado para que o município possa acompanhar de perto os trabalhos da Sanepar.

Diretor regional da Sanepar, Gil Gameiro afirmou que foi investido na obra de ampliação da rede de distribuição de água para a região oeste de Londrina e Cambé um total de mais de R$ 26 milhões, sendo uma obra planejada por conta da crise hídrica enfrentada no ano passado. Segundo ele, a fase de testes já começou, com a limpeza da linha.

Ele explica que, com a obra, a capacidade de reposição da água nos reservatórios vai ser ampliada, o que permite abastecer os usuários que consomem mais em períodos quentes. “A gente espera que o consumo entre em uma normalidade até meados de março e como vamos terminar a obra em abril, o problema de abastecimento na região oeste de Londrina e em Cambé vai ser resolvido”, detalha.

Em Cambé, a falta d’água vem tirando o sossego dos moradores. Esse é o caso do aposentado Luiz Carlos Nunes de Oliveira, 57, que encheu baldes e galões com água quando ficou sabendo do desabastecimento nesta quarta-feira.

Segundo ele, toda semana os moradores do Jardim Santo Amaro sofrem com a situação, que na maioria das vezes pega todo mundo de surpresa. E o problema é ainda pior por conta do calorão, então a solução encontrada é deixar o banho para o fim do dia para não gastar a água da caixa. O aposentado conta que dessa vez o desabastecimento começou na manhã de quarta-feira e a informação era de que o fornecimento só deve ser normalizado próximo do horário do almoço na quinta-feira (27).

Para tentar amenizar a situação, ele enche os galões para garantir água para o essencial. "É um descaso com a população", afirma, complementando que já chegou a tomar banho de caneca.

Claudemir de Oliveira, 47, é entregador e vigia em uma distribuidora de gás na Avenida Gabriel Freceiro de Miranda e mostrou para a reportagem que o volume de água estava baixo na torneira do estabelecimento. "Eles poderiam divulgar nos bairros o que está acontecendo porque eles falam que está faltando água, mas está chovendo direto e os rios estão cheios", aponta. A informação com pelo menos dois dias de antecedência ajudaria a população a se programar. "E os dias que a gente fica sem água eles não descontam da fatura", critica.

Proprietário de uma loja de roupas, Luis Roberto Rodrigues, 52, afirma que a vontade de chegar em casa e tomar um banho tranquilo muitas vezes precisa ser deixada de lado. "Tem que ser rápido se não a água acaba", afirma.