Nova York, 09 (AE) - O banqueiro Edmond Safra, morto em dezembro, em Mônaco, foi homenageado hoje, pela família e amigos
em cerimônia realizada numa sinagoga na 5.ª Avenida, em Manhattan, Nova York. No fim, a viúva Lily fez a leitura de uma carta escrita por uma neta do banqueiro.
Vários oradores participaram da cerimônia, com destaque para o ex-secretário da Organização das Nações Unidas (ONU) Javier Peres de Cuellart, o ex-primeiro ministro de Israel Shimon Peres e o presidente do Banco Mundial (Bird), James Wolfenson. Cerca de 600 pessoas acompanharam o ato. O maestro Zubin Metha conduziu a orquestra, com peças de Bach e Mahler.
No pronunciamento, Wolfenson destacou a história do banqueiro libanês naturalizado brasileiro. Citou que a família dele está no ramo financeiro há 150 anos. Lembrou episódios da fundação do Banco Republic National em Nova York para dizer que, "com frequência, buscava conselhos de Safra".
Wolfenson citou também que "uma das marcas da personalidade de Safra era avaliar corretamente o caráter das pessoas. Olhava o balanço e, ao mesmo tempo, prestava atenção no olhar das pessoas com quem fazia negócios". Outro orador da cerimônia foi Paul Volcker, ex-presidente do Federal Reserv. Em a homenagem ao banqueiro, ele disse que "as paixões de Safra eram o banco e a família".
O presidente da Universidade de Harvard, Neil Rubestine, lembrou o lado generoso de Safra. "Ele pagava bolsas de estudos
ajudava refugiados judeus da Síria, e contribuía para o estudo da cultura judaica em universidades americanas."
Peres lembrou da "ilimitada imaginação de Edmond Safra, que prestava atenção microscópica aos detalhes, ao mesmo tempo em que tinha visão telescópica para negócios". Disse também, que "ele superou todos os obstáculos para concluir sua obra (bancos), mas que, acima de tudo, ele foi um homem dedicado à família e à sua religião".
O banqueiro deixou um testamento em que privilegia com quase 80% da fortuna pessoal, estimada em US$ 4 bilhões, entidades beneficentes, principalmente a fundação que leva o nome do pai dele, que tem projetos filantrópicos em várias partes do mundo.