Sadia tem receita operacional bruta de R$ 3,14 bilhões
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terça-feira, 29 de fevereiro de 2000
Por Rosangela Capozoli
São Paulo, 1 (AE) - A Sadia S.A. obteve uma receita operacional bruta de R$ 3,14 bilhões no ano passado, com um acréscimo de 18,5% sobre 1998, quando a empresa registrou um faturamento de R$ 2,5 bilhões. As vendas no mercado interno cresceram 5,7%, alcançando R$ 2,306 bilhões. As exportações somaram R$ 839,7 milhões, com alta de 77,7%; a participação das vendas externas no faturamento da empresa aumentaram 26,7%.
O lucro operacional da Sadia cresceu 32,2% em 1999, passando de R$ 171 milhões para R$ 226,2 milhões. A receita líquida, ao contrário, registrou queda passou de 20,3% em 1998 para 17,8% no ano passado -, enquanto as despesas administrativas foram reduzidas de 3,2% para 1,3%.
A melhoria do resultado operacional - R$ 297,9 milhões ante os R$ 231,4 obtidos em 1998 - resultou num aumento de 28,7% na geração de caixa. A margem bruta de 29% manteve-se estável, enquanto a líquida foi de 2,6% contra 7,3% do exercício anterior.
Segundo o diretor-financeiro Luiz Murat, o impacto da variação cambial nas despesas financeiras fez com que o lucro líquido fosse de R$ 72,2 milhões, contra R$ 171,3 milhões no ano anterior.
Investimento - A Sadia investiu em seus ativos operacionais no ano passado R$ 226,7 milhões, cifra 37,3% superior aos investimentos de 1998, além de outros R$137 milhões na aquisição da Granja Rezende. Foram lançados 55 novos produtos no mercado consumidor e outros 50 no institucional, recordes na história da empresa.
Os produtos para o mercado institucional chamado Food Service já representam 8% da receita no mercado interno, respondendo por cerca de R$ 185 milhões. Já a participação dos produtos industrializados, que agregam maior valor, responde por 59,5% da receita do mercado interno, ante 53,2% no ano anterior.
Segundo Murat, o segmento cresceu mais de 18% em volume e faturamento, passando de uma receita de R$ 1,160 bilhão em 1998 para R$ 1,373 bilhão no ano passado.
Exportações - As exportações da Sadia obtiveram uma receita de R$ 839,7 milhões, com um aumento de 26,9% em volume e de 77,7% em valor. As vendas de aves ao mercado externo subiram 30,4% em volume, ante 25,8% das exportações brasileiras totais de frangos no ano passado; a Sadia representa 30% das exportações do setor.
Os fatores responsáveis pelo incremento das exportações foram o aumento de vendas de produtos de maior valor agregado, a conquista de novos mercados no Leste Europeu, o aumento de vendas no Oriente Médio e na Europa Ocidental e abertura de filiais no Uruguai e Chile, somados a lançamento de 25 novos produtos no Mercosul.
Dívida e pessoal - Segundo Murat, o endividamento financeiro líquido consolidado atingiu R$ 717,3 milhões, correspondente a 79,7% do patrimônio líquido. Ele explica, que do total da dívida líquida, 68,9% são financiados com recursos de longo prazo e vencimentos que se estendem até 2008.
Murat disse que a meta para este ano é de uma receita R$ 3,5 bilhões, 12,9% superior à obtida em 1999. Os investimentos projetados são de R$ 127 milhões.
O presidente da Sadia, Walter Fontana, disse que as vendas no primeiro semestre deverão ficar no mínimo 10% acima da registrada do mesmo período do ano passado. "O primeiro bimestre fechou com vendas superiores a 10% sobre o mesmo período de 1999", afirmou.
Fontana explicou que, dos R$ 127 milhões investidos ao longo deste ano, 50% serão destinados à área de industrializados
30% utilizados na implantação de tecnologia e informática e o restante na melhoria do parque industrial de suínos e aves. Ele enfatizou que a Sadia continuará fazendo novos lançamentos de produtos e novas famílias, mas não quis apresentar números. Segundo ele, as vendas poderão crescer 10%. "Tudo vai depender da definição do salário-mínimo, que será uma injeção na veia do nosso setor", afirmou.
A Sadia emprega hoje 25.800 empregados, contra 22.498, com faturamento por funcionário de R$ 122 mil, 3% superior ao ano de 1998.
Marca - Morat anunciou que a Sadia está entrando com uma ação contra um concorrente por "uso indevido da marca". "Este assunto será discutido na corte", afirmou, evitando dar maiores detalhes de que se trata e nem quais os segmentos. "Tem produtos iguais até na cor e composição gráfica", disse. A ação jurídica, explicou, teve início em janeiro.

