Saddam acusa Conselho de Segurança por descumprimento de promessa
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quinta-feira, 06 de janeiro de 2000
Bagdá, 06 (AE-AP) - O presidente do Iraque, Saddam Hussein, acusou nesta quinta-feira (06) o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas de descumprir as promessas relativas ao levantamento das duras sanções comerciais impostas contra o país.
Em discurso durante as comemorações do 79º aniversário da fundação das Forças Armadas do país, Saddam também disse que o povo iraquiano não espera que o conselho retire as punições.
"Nós dizemos com certeza que o embargo não será encerrado por uma resolução do Conselho de Segurança, mas se corroerá sozinho", disse Saddam em discurso transmitido pela televisão.
O líder iraquiano disse que os "poderes do mal e do vício" no conselho romperam diversas vezes com suas promessas de aliviar o embargo imposto ao Iraque por este ter invadido o vizinho Kuwait em 1990.
O presidente iraquiano não disse o nome de nenhum país, mas a expressão é comumente utilizada no país em referência aos Estados Unidos e à Grã-Bretanha, os principais defensores das sanções dentro do Conselho de Segurança.
"Eles não têm outras características além da deslealdade, da agressão e da quebra de promessas, cancelando convenções e reunindo tudo o que é vil e agressivo", afirmou Saddam.
O Conselho de Segurança da ONU lançou uma resolução abrangente no mês passado segundo a qual as sanções serão suspensas se o Iraque permitir a retomada das inspeções de suas armas de destruição em massa por parte de uma nova comissão de desarmamento. As inspeções foram interrompidas em dezembro de 1998.
Mas Saddam não referiu-se à resolução nem disse se o Iraque irá cooperar com o novo inpetorado da ONU, denominado UNMOVIC. O secretário-geral da ONU Kofi Annan deve nomear um diretor para a comissão dentro de 10 dias.
Saddam sustenta que os inimigos do Iraque eventualmente falharão ao tentar impor seu desejo sobre o país e que, se alguma decisão for tomada sobre o fim das sanções, será um ato de desespero.