Caron e os dólares
O novo secretário de Turismo do Paraná, Celso de Souza Caron, é homem viajado. Pelo menos o nome dele já viajou muito por aí. Nas investigações de remessa de dólares para o exterior, Celso de Souza Caron aparece como comprador de U$ 210 mil da Casa de Câmbio Sigla, de Curitiba. E aí começa uma longa e complicada história.

Outra conta
Os U$ 210 mil passaram pela conta da ''laranja'' Eliane Botelho Arevalos, na Caixa Econômica Federal de Parnamirim no Rio Grande Norte e foram parar na Tupy Câmbios, de Foz do Iguaçu, onde criaram asas em direção ao xxterior.

Laranja I

Essas operações estão registradas na Procuradoria Geral da República e com dois detalhes importantes. O primeiro revela que os U$ 210 mil saíram, na verdade, em reais, da conta de dona Maristela Requião, da agência do Banco Real da Avenida Vicente Machado, em Curitiba. É o que consta no depoimento de Divonsir Catenace, dono da Casa de Câmbio Sigla, na PGR.

Laranja II
O segundo detalhe é onde entra o novo secretário de Turismo, Celso Caron: quando a história veio a público ele teria se colocado como comprador dos dólares, junto à casa de câmbio Sigla, a pedido da família para proteger dona Maristela. Foi desmentido, em juízo, pelo depoimento de Divonsir Catenace e ficou com o pincel na mão.

Doleiro again
A Tupi Câmbios, por onde passaram os dólares de dona Maristela, segundo o Procurador Celso Três - que desvendou a maioria das operações de remessa ilegal pelas famosas contas CC-5 - era a ''maior lavanderia da fronteira''. E quem aparece no comando da Tupi? Ora, ora, ninguém menos do que o doleiro Alberto Youssef.

Mesmo trajeto
É claro que nem todas as remessas feitas via CC-5 foram lavagem de dinheiro. A versão sobre os dólares de dona Maristela, por exemplo, é que se originaram na venda de um imóvel de herança e que as operações foram feitas legalmente. Mas todo o trajeto do dinheiro foi o mesmo do caminho utilizado para a lavagem.
Essa história surgiu na época em que Requião era senador, entre 1997/98. Dizem que ele queria esganar dona Maristela por isso. É uma ''saia justa'' que vai atazaná-lo para sempre.

O homem marcado
Na verdade, no intrincado quebra-cabeças de remessa ilegal de dólares, corrupção e negociatas desvendadas pelo procurador Celso Três, a partir de Cascavel, a figura mais impressionante é a do doleiro Alberto Youssef.

Gente, o nome desse homem surge em toda e qualquer operação ''sigilosa'' já feita no Paraná desde as Capitanias Hereditárias. É um verdadeiro arquivo ambulante e começa a cooperar com o Ministério Público.

Irmão e dólares
Um amigo muito próximo de Youssef conta que um irmão dele teve um acidente de carro há alguns anos em Foz do Iguaçu e morreu. No carro, foram encontrados U$ 500 mil. Depois disso, Youssef assumiu o comando dos negócios da família e tomou gosto.
Se contar tudo, não sobrará pedra sobre pedra no Paraná. E muita gente boa, de todas as ideologias partidárias e sobrenomes conhecidos, vai ter que se explicar.

Longe de ti
Do correspondente atilado de Londrina: politicamente o ex-presidente da Sercomtel, Francisco Roberto Pereira, continua a mil anos-luz do prefeito Nedson Micheletti, seu antigo companheiro de jornadas do PT.
Quando o assunto é reeleição, Pereira torce o nariz.

Família unida
O vereador André Passos (PT) homenageou o diretor geral da Itaipu, Jorge Samek, com título de Cidadão Honorário na Câmara de Curitiba. Com isso mata dois coelhos com uma cajadada só: agrada seu pai, Edésio Passos, e seu sogro, Nelton Friedrich, respectivamente conselheiro e diretor da Binacional.
Grande menino!


Itaipu em Festa
É interessante ver o PT louvar tanto os 30 anos de Itaipu. A mãe de todas as usinas é filha legítima do regime militar, viabilizada e construída em plena ditadura.
Do jeito que a coisa vai, o PT ainda acaba elogiando o fim das Sete Quedas.

Fita do Veto
Se você é professor vai receber nos próximos dias uma fita de vídeo da Secretaria de Educação com depoimentos de lideranças da APP apoiando o veto do governo ao reajuste retroativo a fevereiro do Plano de Cargos e Salários.
A Secretaria de Educação confundiu desejo com realidade. E editou a fita a seu bel-prazer. Tudo montado.

Bubba bobão
Esse Bubba tinha um jeito de sonso quando era Big-Brother. E a história que inventou para justificar o flagrante de porte de drogas - guardou no maleiro do aeroporto um pacote estranho, com ecstazy e maconha, dado por uma fã - nem sonsa é. É idiota mesmo.

Daltônicas
De ilusões

Enquanto duravam as aulas dos cursos de cozinha, a empregada servia pratos sofisticados, bonitos e deliciosos.
Terminado o curso, tudo voltava ao normal: arroz, feijão e bife. Com sorte, batata frita.